quarta-feira, junho 30, 2004
Portanto, mais Euro
E lá vou eu, daqui a poucas horas, para Portugal sem ser, por incrível que pareça, para ir ver a bola. Vou mesmo trabalhar, e sem tempo para postar. Ficam vocês muito bem entregues ao David, que não deixará seguramente de comentar a actualidade político-europeia-futebolística.
E lá vou eu, daqui a poucas horas, para Portugal sem ser, por incrível que pareça, para ir ver a bola. Vou mesmo trabalhar, e sem tempo para postar. Ficam vocês muito bem entregues ao David, que não deixará seguramente de comentar a actualidade político-europeia-futebolística.
terça-feira, junho 29, 2004
Só que...
Manifestamente não tive tempo. Fica para a próxima.
Manifestamente não tive tempo. Fica para a próxima.
sexta-feira, junho 25, 2004
Intervalo
Não sei porquê, mas parece-me que este blog anda a ficar muito football oriented. Talvez seja altura de mudar de assunto. Até porque estou ainda, embora alguns dias tenham já passado, sob a emoção de ter sido comparado pelo David ao Gabriel Alves, o representante dos deuses do futebol na Terra. Portanto, se tiver tempo, vou fazer um post sobre cinema.
Não sei porquê, mas parece-me que este blog anda a ficar muito football oriented. Talvez seja altura de mudar de assunto. Até porque estou ainda, embora alguns dias tenham já passado, sob a emoção de ter sido comparado pelo David ao Gabriel Alves, o representante dos deuses do futebol na Terra. Portanto, se tiver tempo, vou fazer um post sobre cinema.
Eu estive lá - parte 3!!!
Pela terceira vez estive num Estádio neste Euro 2004. E ontem, a melhor coisa que vale a pena dizer é que todos estão já perdoados (se algum pecado entendemos dever ter acontecido). Depois do magnífico jogo com a Espanha, ontem com a Inglaterra vimos que um pequeno país como o nosso não precisa de viver eternamente do passado (seja ele político, administrativo, cultural ou desportivo), mas também não precisa de o evitar e esquecer. Se o Rui Costa no seu AC Milan é o mentor (no banco) do génio Káká (que o substitui) porque é que não pode ser o mesmo (tal como o Figo, o Fernando Couto, o Rui Jorge ou o Pauleta) na Selecção Nacional? A equipa base para o Mundial de 2006 parece estar encontrada. Provavelmente com alguns (pequenos) ajustes, mas nada de revolucionário. Terminou a Geração de Ouro? Que viva a nova geração. Comentava hoje com colegas e amigos que depois do jogo de ontem podemos ambicionar tudo, mas também podemos estar descansados. Independentemente do resultado da meia-final já percebemos que é possível fazer empatias neste nosso país. É possível admirar o Fado enquanto corrente musical mas não o interiorizar enquanto forma de estar e de (sobre)viver. É possível sermos felizes. Com persistência, convicção e sem medo. Uma bandeira inglesa ontem na Luz tinha escrito sobre ela "Hope & Glory". Quando a vi estávamos a perder por 1-0. E nessa altura pensei: isto é lema de perdedor. Eu escreveria: "Coragem e Glória". Ou "Persistência e Glória". Ou outra coisa qualquer do género, mas não "Esperança". Vivendo em esperança, esperamos (passe o pleonasmo) que a felicidade nos seja oferecida por terceiros, humanos ou divinos. Vivendo com coragem, ou preseverança, ou convicção, ou... vivemos com nós próprios, por nós próprios, em nós próprios. Venha quem vier, com o resultado que for, já valeu a pena!
Pela terceira vez estive num Estádio neste Euro 2004. E ontem, a melhor coisa que vale a pena dizer é que todos estão já perdoados (se algum pecado entendemos dever ter acontecido). Depois do magnífico jogo com a Espanha, ontem com a Inglaterra vimos que um pequeno país como o nosso não precisa de viver eternamente do passado (seja ele político, administrativo, cultural ou desportivo), mas também não precisa de o evitar e esquecer. Se o Rui Costa no seu AC Milan é o mentor (no banco) do génio Káká (que o substitui) porque é que não pode ser o mesmo (tal como o Figo, o Fernando Couto, o Rui Jorge ou o Pauleta) na Selecção Nacional? A equipa base para o Mundial de 2006 parece estar encontrada. Provavelmente com alguns (pequenos) ajustes, mas nada de revolucionário. Terminou a Geração de Ouro? Que viva a nova geração. Comentava hoje com colegas e amigos que depois do jogo de ontem podemos ambicionar tudo, mas também podemos estar descansados. Independentemente do resultado da meia-final já percebemos que é possível fazer empatias neste nosso país. É possível admirar o Fado enquanto corrente musical mas não o interiorizar enquanto forma de estar e de (sobre)viver. É possível sermos felizes. Com persistência, convicção e sem medo. Uma bandeira inglesa ontem na Luz tinha escrito sobre ela "Hope & Glory". Quando a vi estávamos a perder por 1-0. E nessa altura pensei: isto é lema de perdedor. Eu escreveria: "Coragem e Glória". Ou "Persistência e Glória". Ou outra coisa qualquer do género, mas não "Esperança". Vivendo em esperança, esperamos (passe o pleonasmo) que a felicidade nos seja oferecida por terceiros, humanos ou divinos. Vivendo com coragem, ou preseverança, ou convicção, ou... vivemos com nós próprios, por nós próprios, em nós próprios. Venha quem vier, com o resultado que for, já valeu a pena!
segunda-feira, junho 21, 2004
Eu estive lá - parte 2!
Uma das outras vantagens de ir ao Estádio é que se tem uma perspectiva mais auto-crítica das suas próprias opiniões. Estando lá, rodeado por mais alguns milhares de treinadores de bancada, é fácil ter opiniões e mudá-las numa jogada mais ou menos brilhante. Com um sorriso nos lábios, um grito de vigor ou de desespero. Parece pois claro que a equipa base é aquela que começou mais o Nuno Gomes em vez do Pauleta. Porquê? Porque resultou... É claro que (por azar!) poderiamos ter sofrido um golo. E então, a entrada do Petit deveria ter sido muito mais cedo... ou com o Petit e o Couto, perdemos as alas... ou, sei lá mais o quê... O que é verdade é que o futebol é muito mais arte do que ciência. É muito mais emoção que razão. Mas cuidado, eu escrevi "muito mais" e não apenas "é". Ou seja, o futebol não é o caos! Os resultados são originados por um conjunto vasto de variáveis que se influenciam mutuamente, originado um modelo matemático-estatístico (um algoritmo) que ninguém ainda se disponibilizou para o construir. Provavelmente porque fazê-lo até é possível, o problema é depois obterem-se os dados que iriam alimentar o modelo. A velocidade e esforço (portanto custos) necessários para tornar o modelo algo de útil são incomportáveis. E ainda bem. Mais de metade da beleza são precisamente os imponderáveis. Foi linda a forma como a República Checa venceu a Holanda não foi? (apesar de ter sido uma chatice a Grécia nos ter ganho!)
Uma das outras vantagens de ir ao Estádio é que se tem uma perspectiva mais auto-crítica das suas próprias opiniões. Estando lá, rodeado por mais alguns milhares de treinadores de bancada, é fácil ter opiniões e mudá-las numa jogada mais ou menos brilhante. Com um sorriso nos lábios, um grito de vigor ou de desespero. Parece pois claro que a equipa base é aquela que começou mais o Nuno Gomes em vez do Pauleta. Porquê? Porque resultou... É claro que (por azar!) poderiamos ter sofrido um golo. E então, a entrada do Petit deveria ter sido muito mais cedo... ou com o Petit e o Couto, perdemos as alas... ou, sei lá mais o quê... O que é verdade é que o futebol é muito mais arte do que ciência. É muito mais emoção que razão. Mas cuidado, eu escrevi "muito mais" e não apenas "é". Ou seja, o futebol não é o caos! Os resultados são originados por um conjunto vasto de variáveis que se influenciam mutuamente, originado um modelo matemático-estatístico (um algoritmo) que ninguém ainda se disponibilizou para o construir. Provavelmente porque fazê-lo até é possível, o problema é depois obterem-se os dados que iriam alimentar o modelo. A velocidade e esforço (portanto custos) necessários para tornar o modelo algo de útil são incomportáveis. E ainda bem. Mais de metade da beleza são precisamente os imponderáveis. Foi linda a forma como a República Checa venceu a Holanda não foi? (apesar de ter sido uma chatice a Grécia nos ter ganho!)
quinta-feira, junho 17, 2004
Eu estive lá!
Uma das vantagens de ir ao Estádio ver os jogos em vez de ficar (só ou com os amigos) em frente à TV é que no dia seguinte parece-nos que temos algo de esquizofrénico. O que nós vimos é completamente diferente do que o que os outros (amigos, jornalistas, etc.) viram. É natural! Pelo menos quando comparamos com o que é visto na TV. No Estádio (com as variantes que dependem do local exacto onde nos sentamos) vimos o jogo ao natural. Na TV vimos aquilo que a equipa no local nos mostra. P.e. a falta do Ovchinicoiso foi óbvia no Estádio. O AC diz que não existiu. No Estádio clamou-se grande penalidade contra Portugal algures na segunda metade da segunda parte. Um amigo meu que viu o jogo na TV diz que não foi. Esse mesmo amigo falou-me num penalti a favor de Portugal que ficou por marcar - no Estádio nada vi! Dizem que o Deco fez um grande jogo. No Estádio só o vimos encostado à linha parado a ver o jogo (é natural que na TV não se tenha visto isso, pois as câmaras estavam a acompanhar a jogada e não os observadores...). E por aí fora!
Enfim, melhor que com a Grécia foi. Mas não muito melhor... O mister continua com substituições (ou timing das substituições) que ninguém entende... Ponta de lança por ponta de lança? Sai Simão em vez de Deco? Jogamos com dois números 10? O Cristinao Ronaldo entre 10 minutos antes do fim quando devia ter entrado aos 10 minutos da segunda parte? Da bancada aqui deixo quem ganharia à Espanha:
Ricardo (um dos bom jogadores ontem); Miguel (mas com o Scolari a deixar o homem ir para a frente), Jorge Andrade (só porque não há alternativa - ontem errou tanto que me angustiou), Ricardo Carvalho (o homem do jogo de ontem; o melhor central português e a preparar-se para ser um dos melhores do mundo) e Rui Jorge (Nuno Valente??? ontem o homem foi uma anedota!); Costinha, Rui Costa (o Deco fica guardado se for necessário), Figo e Simão (o Cristiano Ronaldo deve ficar guardado - ao contrário do que o Gabriel Alves, perdão, o AC, diz abaixo - para resolver problemas mais para a frente no jogo se tal for necessário e não como jogador-estrutura, falta-lhe maturidade para isso); Pauleta e Nuno Gomes (já que não temos outros pontas de lança...).
Olé!
Uma das vantagens de ir ao Estádio ver os jogos em vez de ficar (só ou com os amigos) em frente à TV é que no dia seguinte parece-nos que temos algo de esquizofrénico. O que nós vimos é completamente diferente do que o que os outros (amigos, jornalistas, etc.) viram. É natural! Pelo menos quando comparamos com o que é visto na TV. No Estádio (com as variantes que dependem do local exacto onde nos sentamos) vimos o jogo ao natural. Na TV vimos aquilo que a equipa no local nos mostra. P.e. a falta do Ovchinicoiso foi óbvia no Estádio. O AC diz que não existiu. No Estádio clamou-se grande penalidade contra Portugal algures na segunda metade da segunda parte. Um amigo meu que viu o jogo na TV diz que não foi. Esse mesmo amigo falou-me num penalti a favor de Portugal que ficou por marcar - no Estádio nada vi! Dizem que o Deco fez um grande jogo. No Estádio só o vimos encostado à linha parado a ver o jogo (é natural que na TV não se tenha visto isso, pois as câmaras estavam a acompanhar a jogada e não os observadores...). E por aí fora!
Enfim, melhor que com a Grécia foi. Mas não muito melhor... O mister continua com substituições (ou timing das substituições) que ninguém entende... Ponta de lança por ponta de lança? Sai Simão em vez de Deco? Jogamos com dois números 10? O Cristinao Ronaldo entre 10 minutos antes do fim quando devia ter entrado aos 10 minutos da segunda parte? Da bancada aqui deixo quem ganharia à Espanha:
Ricardo (um dos bom jogadores ontem); Miguel (mas com o Scolari a deixar o homem ir para a frente), Jorge Andrade (só porque não há alternativa - ontem errou tanto que me angustiou), Ricardo Carvalho (o homem do jogo de ontem; o melhor central português e a preparar-se para ser um dos melhores do mundo) e Rui Jorge (Nuno Valente??? ontem o homem foi uma anedota!); Costinha, Rui Costa (o Deco fica guardado se for necessário), Figo e Simão (o Cristiano Ronaldo deve ficar guardado - ao contrário do que o Gabriel Alves, perdão, o AC, diz abaixo - para resolver problemas mais para a frente no jogo se tal for necessário e não como jogador-estrutura, falta-lhe maturidade para isso); Pauleta e Nuno Gomes (já que não temos outros pontas de lança...).
Olé!
Moscow Times
Depois de ter lido o excelente comentário ao minuto do José Mário, sinto-me habilitado a comentar o jogo. E contrariamente aos comentadores especialistas da redondinha, a mim a revolução na equipa titular meteu medo. Porque parece evidente que não é agora, em pleno Euro, que se vão testar soluções que não foram experimentadas em ano e meio. Deu para ganhar à Rússia mas contra a Espanha será bem mais complicado. De qualquer maneira, o fio de jogo que não existiu contra a Grécia (também muito por culpa desta, claro) notou-se a espaços contra a Rússia. Valeu ter marcado um golo cedo e a expulsão do Ovchinicoiso (injustificada, pois nem falta existiu: a mão do guarda-redes não toca na bola, embora isso só se consiga ver à 15ª repetição, em movimento lento e imagem ampliada). Mas a segunda parte foi sempre a sofrer por causa da incapacidade notória de matar o jogo, quando se tinham todas as possibilidades para isso. Quanto às prestações individuais, viu-se que Deco tem de ser o n° 10 titular da selecção. No entanto, Rui Costa, que entrou nervoso (pudera) e cometendo alguns erros, ajudou a estabilizar o meio-campo e teve a felicidade e a lucidez suficiente para marcar. Miguel defendeu melhor que Paulo Ferreira, mas foi muito tímido no ataque, o que também se compreende, depois do desastre grego. Nuno Valente esteve bem e deve continuar contra a Espanha; embora eu continue a pensar que Rui Jorge ataca melhor e com uma qualidade de centros superior, Nuno Valente oferece mais garantias do ponto de vista defensivo contra os extremos espanhóis, qualquer deles (Vicente, Exteberria ou Joaquin) muito bons. A dupla de centrais, quase inédita e sem rotina, acabou por estar bem. Scolari lá fez a vontade aos maralhal e pôs o Ricardo Carvalho a titular. Também penso ser esta a dupla ideal para a selecção mas teria que ter sido testada durante a fase de preparação. Scolari deveria ter assumido antes do Euro que já não necessita da experiência de Fernando Couto e não tirá-lo já com a competição a decorrer. Independentemente disso, esta dupla, que ganhou confiança neste jogo, deve ser mantida contra a Espanha. Quanto a Simão, voltou a desiludir, depois de um bom início de jogo.
Donde, eis o meu 11 para a Espanha:
Ricardo; Paulo Ferreira, R. Carvalho, J. Andrade, N. Valente; Costinha (ou Petit) e Maniche; Deco, Figo e Ronaldo; Pauleta.
Independentemente do erro fatal contra a Grécia, Paulo Ferreira é melhor que Miguel e deve ser titular. Ronaldo já justificou a titularidade, sobretudo depois de Simão ter desiludido. Enfim, Costinha pareceu-me em dificuldades físicas no fim do jogo e não me espantaria que fosse Petit, que está fresco, a jogar à frente da defesa. Pauleta ainda não fez nada portanto vai marcar no próximo jogo.
A partir daí, olés e lenços brancos para os infelizes derrotados.
Depois de ter lido o excelente comentário ao minuto do José Mário, sinto-me habilitado a comentar o jogo. E contrariamente aos comentadores especialistas da redondinha, a mim a revolução na equipa titular meteu medo. Porque parece evidente que não é agora, em pleno Euro, que se vão testar soluções que não foram experimentadas em ano e meio. Deu para ganhar à Rússia mas contra a Espanha será bem mais complicado. De qualquer maneira, o fio de jogo que não existiu contra a Grécia (também muito por culpa desta, claro) notou-se a espaços contra a Rússia. Valeu ter marcado um golo cedo e a expulsão do Ovchinicoiso (injustificada, pois nem falta existiu: a mão do guarda-redes não toca na bola, embora isso só se consiga ver à 15ª repetição, em movimento lento e imagem ampliada). Mas a segunda parte foi sempre a sofrer por causa da incapacidade notória de matar o jogo, quando se tinham todas as possibilidades para isso. Quanto às prestações individuais, viu-se que Deco tem de ser o n° 10 titular da selecção. No entanto, Rui Costa, que entrou nervoso (pudera) e cometendo alguns erros, ajudou a estabilizar o meio-campo e teve a felicidade e a lucidez suficiente para marcar. Miguel defendeu melhor que Paulo Ferreira, mas foi muito tímido no ataque, o que também se compreende, depois do desastre grego. Nuno Valente esteve bem e deve continuar contra a Espanha; embora eu continue a pensar que Rui Jorge ataca melhor e com uma qualidade de centros superior, Nuno Valente oferece mais garantias do ponto de vista defensivo contra os extremos espanhóis, qualquer deles (Vicente, Exteberria ou Joaquin) muito bons. A dupla de centrais, quase inédita e sem rotina, acabou por estar bem. Scolari lá fez a vontade aos maralhal e pôs o Ricardo Carvalho a titular. Também penso ser esta a dupla ideal para a selecção mas teria que ter sido testada durante a fase de preparação. Scolari deveria ter assumido antes do Euro que já não necessita da experiência de Fernando Couto e não tirá-lo já com a competição a decorrer. Independentemente disso, esta dupla, que ganhou confiança neste jogo, deve ser mantida contra a Espanha. Quanto a Simão, voltou a desiludir, depois de um bom início de jogo.
Donde, eis o meu 11 para a Espanha:
Ricardo; Paulo Ferreira, R. Carvalho, J. Andrade, N. Valente; Costinha (ou Petit) e Maniche; Deco, Figo e Ronaldo; Pauleta.
Independentemente do erro fatal contra a Grécia, Paulo Ferreira é melhor que Miguel e deve ser titular. Ronaldo já justificou a titularidade, sobretudo depois de Simão ter desiludido. Enfim, Costinha pareceu-me em dificuldades físicas no fim do jogo e não me espantaria que fosse Petit, que está fresco, a jogar à frente da defesa. Pauleta ainda não fez nada portanto vai marcar no próximo jogo.
A partir daí, olés e lenços brancos para os infelizes derrotados.
terça-feira, junho 15, 2004
De quem ganhou e de quem perdeu as eleições...
É impressionante a capacidade de análise dos nossos jornalistas, políticos e dirigentes partidários. Fala-se em retumbante vitória do PS! Tretas! Se alguma vitória clara houve foi do Bloco! Infelizmente não me recordo ao pormenor do número de votos destas eleições comparadas com as últimas europeias. Mas não fugirei muito à verdade dizendo que o PSD/PP perdeu em volta dos 200,000 votos! Foram os perdedores (e que derrota meus amigos) destas eleições! PIM! O Bloco deve ter tido mais uns 150,000 votos que nas ultimas eleições! Que vitória fulgurante meus amigos! PAM! O Partido Socialista apenas mais uns 10,000... chamar a isto vitória??? Até o PC teve mais votos!!! Ou seja, de uma forma simples e objectiva: o PSD/PP perdeu as eleições. O PC interrompeu a queda vertiginosa de longos anos. O BE coloca-se como a verdadeira alternativa de esquerda - a verdadeira oposição! O PS limitou-se a acolher os (alguns!) desgostosos do PSD/PP! Mas a grande maioria dos "mais" votos que o BE e PC tiveram vieram, que não haja quaisquer dúvidas, do PS e não do PSD/PP. Ou seja, apesar das aparências, o PS é tão derrotado como o PSD/PP. O povo português limitou-se a dizer que temos um péssimo governo e uma péssima oposição! PUM!
É impressionante a capacidade de análise dos nossos jornalistas, políticos e dirigentes partidários. Fala-se em retumbante vitória do PS! Tretas! Se alguma vitória clara houve foi do Bloco! Infelizmente não me recordo ao pormenor do número de votos destas eleições comparadas com as últimas europeias. Mas não fugirei muito à verdade dizendo que o PSD/PP perdeu em volta dos 200,000 votos! Foram os perdedores (e que derrota meus amigos) destas eleições! PIM! O Bloco deve ter tido mais uns 150,000 votos que nas ultimas eleições! Que vitória fulgurante meus amigos! PAM! O Partido Socialista apenas mais uns 10,000... chamar a isto vitória??? Até o PC teve mais votos!!! Ou seja, de uma forma simples e objectiva: o PSD/PP perdeu as eleições. O PC interrompeu a queda vertiginosa de longos anos. O BE coloca-se como a verdadeira alternativa de esquerda - a verdadeira oposição! O PS limitou-se a acolher os (alguns!) desgostosos do PSD/PP! Mas a grande maioria dos "mais" votos que o BE e PC tiveram vieram, que não haja quaisquer dúvidas, do PS e não do PSD/PP. Ou seja, apesar das aparências, o PS é tão derrotado como o PSD/PP. O povo português limitou-se a dizer que temos um péssimo governo e uma péssima oposição! PUM!
Da constituição da equipa...
Não vou discutir muito este tema, concordando quase integralmente com o que é dito abaixo pelo camarada AC. Assim fico-me pela constituição da equipa para o jogo de amanhã que nos fará (faria?) sonhar ainda com uma passagem à próxima fase:
Moreira; Miguel, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Rui Jorge; Costinha, Deco; Figo, Cristiano Ronaldo; Pauleta, Nuno Gomes. 4x4x2! Será tão difícil perceber?
Não vou discutir muito este tema, concordando quase integralmente com o que é dito abaixo pelo camarada AC. Assim fico-me pela constituição da equipa para o jogo de amanhã que nos fará (faria?) sonhar ainda com uma passagem à próxima fase:
Moreira; Miguel, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Rui Jorge; Costinha, Deco; Figo, Cristiano Ronaldo; Pauleta, Nuno Gomes. 4x4x2! Será tão difícil perceber?
Eleições europeias
Agora sim, é a sério. Mas apenas para dizer que me considero como um dos derrotados das eleições. É que votei no António Tabucchi mas parece que ele não foi eleito.
Agora sim, é a sério. Mas apenas para dizer que me considero como um dos derrotados das eleições. É que votei no António Tabucchi mas parece que ele não foi eleito.
segunda-feira, junho 14, 2004
Mais Europa
Não, não é um post sobre as eleições para o PE, como vocês estão a pensar, mas mais um post sobre o Euro 2004. Toda a esperança que este blog comece a falar enfim de coisas sérias se desvanece assim rapidamente. E para dizer que é nestas ocasiões de Euros e Mundiais que a gente entende que, por mais federalista que se seja, a Europa das Nações tem ainda um belo futuro pela frente. Sobretudo para aqueles que, como eu, trabalham num ambiente multicultural e que nos primeiros dez minutos de trabalho da semana conseguem ouvir quinze comentários mordazes, sobretudo de vários gregos, sobre a prestação (?) da selecção portuguesa.
Não, não é um post sobre as eleições para o PE, como vocês estão a pensar, mas mais um post sobre o Euro 2004. Toda a esperança que este blog comece a falar enfim de coisas sérias se desvanece assim rapidamente. E para dizer que é nestas ocasiões de Euros e Mundiais que a gente entende que, por mais federalista que se seja, a Europa das Nações tem ainda um belo futuro pela frente. Sobretudo para aqueles que, como eu, trabalham num ambiente multicultural e que nos primeiros dez minutos de trabalho da semana conseguem ouvir quinze comentários mordazes, sobretudo de vários gregos, sobre a prestação (?) da selecção portuguesa.
domingo, junho 13, 2004
Balanço
Se o BdE pode fazer relatos do jogo, também quero botar a minha opinião. Portugal começou a perder logo com a constituição da equipa. Está na cara que Rui Costa é (actualmente) muito menos jogador que Deco e só alguns milhões de portugueses (e um brasileiro, logo por azar o seleccionador) pensam o contrário. Em seguida, tacticamente o Renhagel deu um banho ao Scolari (e a todos nós). Contrariamente a todas as previsões, apresentou uma equipa extremamente ofensiva e deu-se bem com isso. Portugal, que, verdade seja dita, é uma equipa sobrevalorizada pelos portugueses, começou pessimamente e poderia estar a perder ao intervalo por 3-0. A Grécia foi sempre melhor e o mais angustiante de tudo é que não se vê como é que Portugal poderá passar aos quartos. Chegou a ser confrangedor ver Ronaldo a centrar sistematicamente ao segundo poste e os dois pontas de lança portugueses irem ao primeiro poste. Primeiro podemos perguntar-nos para que serviram os treinos todos e depois cogitar como é que jogadores experientes não corrigem eles próprios esse defeito no campo: não é muito complicado os dois pontas de lança combinarem que um vai ao primeiro poste e o outro ao segundo! Mesmo que se ganhe à Rússia, o que não será fácil, será extremamente difícil arrancar a qualificação no jogo contra a Espanha, que é uma equipa bastante superior a Portugal. De qualquer maneira, duas coisas parecem evidentes para o próximo jogo: Deco (com Maniche e Costinha atrás) e Ronaldo têm que ser titulares, relegando Rui Costa e Simão para o banco. Infelizmente, provavelmente não será suficiente. O mais certo é que Portugal continue a ser um grupo de jogadores, sem táctica, sem garra e com muito vedetismo balofo. Mas não uma equipa.
Se o BdE pode fazer relatos do jogo, também quero botar a minha opinião. Portugal começou a perder logo com a constituição da equipa. Está na cara que Rui Costa é (actualmente) muito menos jogador que Deco e só alguns milhões de portugueses (e um brasileiro, logo por azar o seleccionador) pensam o contrário. Em seguida, tacticamente o Renhagel deu um banho ao Scolari (e a todos nós). Contrariamente a todas as previsões, apresentou uma equipa extremamente ofensiva e deu-se bem com isso. Portugal, que, verdade seja dita, é uma equipa sobrevalorizada pelos portugueses, começou pessimamente e poderia estar a perder ao intervalo por 3-0. A Grécia foi sempre melhor e o mais angustiante de tudo é que não se vê como é que Portugal poderá passar aos quartos. Chegou a ser confrangedor ver Ronaldo a centrar sistematicamente ao segundo poste e os dois pontas de lança portugueses irem ao primeiro poste. Primeiro podemos perguntar-nos para que serviram os treinos todos e depois cogitar como é que jogadores experientes não corrigem eles próprios esse defeito no campo: não é muito complicado os dois pontas de lança combinarem que um vai ao primeiro poste e o outro ao segundo! Mesmo que se ganhe à Rússia, o que não será fácil, será extremamente difícil arrancar a qualificação no jogo contra a Espanha, que é uma equipa bastante superior a Portugal. De qualquer maneira, duas coisas parecem evidentes para o próximo jogo: Deco (com Maniche e Costinha atrás) e Ronaldo têm que ser titulares, relegando Rui Costa e Simão para o banco. Infelizmente, provavelmente não será suficiente. O mais certo é que Portugal continue a ser um grupo de jogadores, sem táctica, sem garra e com muito vedetismo balofo. Mas não uma equipa.
sexta-feira, junho 11, 2004
O meu 11
Portanto, para entrar na febre, deixo aqui o onze que o Scolari, se fosse um génio do futebol como eu, apresentaria amanhã contra a Grécia:
Ricardo; Paulo Ferreira, Fernando Couto, Jorge Andrade e Rui Jorge; Costinha e Maniche; Deco, Figo e Simão; Pauleta.
Se a Grécia jogar com 3 centrais, a equipa deverá adaptar o 4-2-3-1 ao 4-4-2 com o Simão como segundo ponta de lança. Se até ao intervalo a coisa não der nada, sai o Maniche e entra o Nuno Gomes. Se mesmo assim não marcarmos, entra o Ronaldo. Depois, que seja o que os deuses da bola quiserem.
Agora digam lá: com antevisões deste calibre, para que precisam vocês de ver o jogo??
Portanto, para entrar na febre, deixo aqui o onze que o Scolari, se fosse um génio do futebol como eu, apresentaria amanhã contra a Grécia:
Ricardo; Paulo Ferreira, Fernando Couto, Jorge Andrade e Rui Jorge; Costinha e Maniche; Deco, Figo e Simão; Pauleta.
Se a Grécia jogar com 3 centrais, a equipa deverá adaptar o 4-2-3-1 ao 4-4-2 com o Simão como segundo ponta de lança. Se até ao intervalo a coisa não der nada, sai o Maniche e entra o Nuno Gomes. Se mesmo assim não marcarmos, entra o Ronaldo. Depois, que seja o que os deuses da bola quiserem.
Agora digam lá: com antevisões deste calibre, para que precisam vocês de ver o jogo??
Antes do Euro
A postar antes do Euro começar: dizem-me, a mim que estou fora de Portugal, que a loucura se apoderou do país. Que os jovens adoptaram por bandana a bandeira portuguesa. Que os automobilistas põem bandeiras de Portugal nos carros. Que os prédios têm uma bandeira portuguesa por andar. Que o Presidente e o Primeiro-Ministro vão aos treinos da selecção (apelar ao voto, mas isso é outra conversa). Eu gosto muito de futebol e vou, claro, seguir a carreira da selecção. Mas não posso negar que tanta febre patrioteira começa a incomodar um bocadinho. Responde-me um amigo espanhol: normal, é o futebol a funcionar como identificação de todo um povo. Pois, é disso justamente que tenho medo. Afinal de contas, o futebol é só um jogo, não é?
A postar antes do Euro começar: dizem-me, a mim que estou fora de Portugal, que a loucura se apoderou do país. Que os jovens adoptaram por bandana a bandeira portuguesa. Que os automobilistas põem bandeiras de Portugal nos carros. Que os prédios têm uma bandeira portuguesa por andar. Que o Presidente e o Primeiro-Ministro vão aos treinos da selecção (apelar ao voto, mas isso é outra conversa). Eu gosto muito de futebol e vou, claro, seguir a carreira da selecção. Mas não posso negar que tanta febre patrioteira começa a incomodar um bocadinho. Responde-me um amigo espanhol: normal, é o futebol a funcionar como identificação de todo um povo. Pois, é disso justamente que tenho medo. Afinal de contas, o futebol é só um jogo, não é?
Fim-de-semana prolongado
É o que vocês têm neste momento em Portugal. Mas aqui neste meridiano continuamos a trabalhar, embora às vezes, concedo, não pareça. Donde, seguem alguns posts.
É o que vocês têm neste momento em Portugal. Mas aqui neste meridiano continuamos a trabalhar, embora às vezes, concedo, não pareça. Donde, seguem alguns posts.
quarta-feira, junho 09, 2004
Campanha
Divulgar aqui o sentido de voto nas Europeias, como o maradona? Nada disso faz agora grande sentido. Restará talvez lamentar esta extraordinária associação ( e esta) entre os caricatos acontecimentos da lota de Matosinhos e o trágico falecimento do malogrado Sousa Franco, que, na ausência de informações mais precisas, me parece extremamente abusiva. Ainda mais porque não é o estilo a que o BdE, sem dúvida um blog de referência, e em particular o José Mário Silva, nos habituou.
PS: entretanto, o Telejornal, anunciando os resultados da autópsia, fala de uma degradação acentuada das artérias coronárias que viria de longe. Independentemente da vergonha de Matosinhos, saibamos não confundir as coisas.
Divulgar aqui o sentido de voto nas Europeias, como o maradona? Nada disso faz agora grande sentido. Restará talvez lamentar esta extraordinária associação ( e esta) entre os caricatos acontecimentos da lota de Matosinhos e o trágico falecimento do malogrado Sousa Franco, que, na ausência de informações mais precisas, me parece extremamente abusiva. Ainda mais porque não é o estilo a que o BdE, sem dúvida um blog de referência, e em particular o José Mário Silva, nos habituou.
PS: entretanto, o Telejornal, anunciando os resultados da autópsia, fala de uma degradação acentuada das artérias coronárias que viria de longe. Independentemente da vergonha de Matosinhos, saibamos não confundir as coisas.
segunda-feira, junho 07, 2004
Angústia
Este post relembrou-me uma dúvida que me tem angustiado e que agora vos comunico. Se o Churchill disse realmente tudo aquilo que por aí se diz que ele disse, o homem nem tempo tinha para dar uma passa no charuto. Estão a ver o meu problema? Mais ou menos como a soma dos retalhos do Santo Sudário que podemos encontrar nas várias Igrejas de todo o mundo faria um manto para aí com uns trinta metros de comprimento. Angustiante, não?
Este post relembrou-me uma dúvida que me tem angustiado e que agora vos comunico. Se o Churchill disse realmente tudo aquilo que por aí se diz que ele disse, o homem nem tempo tinha para dar uma passa no charuto. Estão a ver o meu problema? Mais ou menos como a soma dos retalhos do Santo Sudário que podemos encontrar nas várias Igrejas de todo o mundo faria um manto para aí com uns trinta metros de comprimento. Angustiante, não?
sábado, junho 05, 2004
O dia a seguir ao dia de depois de amanhã do dia...
É uma das minhas fraquezas: adoro filmes catástrofe. Quando toda a gente se ria de A Torre do Inferno e gozava com o Terramoto (lembram-se do sensurround?), lá ia o AC, quase envergonhado, ir ver tais xaropadas. Não vou sequer dar aqui a desculpa intelectual do interesse do filme catástrofe como elemento perturbador, com ressonâncias éticas e épicas, da ordem estabelecida. Nada disso. Eu curto mesmo filmes catástrofe, com efeitos especiais e isso tudo. Por isso fiquei todo contente quando o meu filho mais velho me disse que queria ir ver o tal dia depois do amanhã do dia de… enfim, aquilo da onda a engolir Nova Iorque. Portanto lá fomos nós ver o filme, devidamente acompanhados das obrigatórias pipocas. E devo dizer: curti. Grandes cenas de ciclones a destruírem Los Angeles, a tal onda gigante a inundar Nova Iorque, super-petroleiros a passar na 5ª Avenida. Depois de todas estas peripécias, só faltava mesmo que o grupinho dos habituais espertos, que decidem não se armar em carapaus de corrida e enfrentar a morte certa, conseguisse sobreviver numa Biblioteca … queimando livros para não arrefecer. A dada altura, um dos gajos quer salvar um livro do Nietzsche mas finalmente decide-se pela Bíblia. O resto vai tudo queimado. Quanto a mim, já sei o que fazer se algum dia enfrentar a nova Era Glaciar, como prevê o filme. Refugio-me na Cinemateca e desato a queimar a película dos filmes deste realizador.
PS: não posso no entanto deixar passar em claro que se trata de um filme subversivo. Primeiro, todas as desgraças acontecem porque os americanos não querem respeitar o Protocolo de Quioto; que esta coisa da poluição possa afectar o clima costuma enfurecer os blogs da direita, como sabem. Mas a cena mais gostosa é quando os americanos assustadíssimos tentam entrar no México para se salvar. E é ver os mexicanos a vigiar a fronteira para os americanos não passarem, enquanto o presidente do México não chega a acordo com os gringos. Finalmente, eles lá chegam a acordo, que é assim: os gringos perdoam a dívida ao México e podem assim safar o coirão. Não é lindo?
É uma das minhas fraquezas: adoro filmes catástrofe. Quando toda a gente se ria de A Torre do Inferno e gozava com o Terramoto (lembram-se do sensurround?), lá ia o AC, quase envergonhado, ir ver tais xaropadas. Não vou sequer dar aqui a desculpa intelectual do interesse do filme catástrofe como elemento perturbador, com ressonâncias éticas e épicas, da ordem estabelecida. Nada disso. Eu curto mesmo filmes catástrofe, com efeitos especiais e isso tudo. Por isso fiquei todo contente quando o meu filho mais velho me disse que queria ir ver o tal dia depois do amanhã do dia de… enfim, aquilo da onda a engolir Nova Iorque. Portanto lá fomos nós ver o filme, devidamente acompanhados das obrigatórias pipocas. E devo dizer: curti. Grandes cenas de ciclones a destruírem Los Angeles, a tal onda gigante a inundar Nova Iorque, super-petroleiros a passar na 5ª Avenida. Depois de todas estas peripécias, só faltava mesmo que o grupinho dos habituais espertos, que decidem não se armar em carapaus de corrida e enfrentar a morte certa, conseguisse sobreviver numa Biblioteca … queimando livros para não arrefecer. A dada altura, um dos gajos quer salvar um livro do Nietzsche mas finalmente decide-se pela Bíblia. O resto vai tudo queimado. Quanto a mim, já sei o que fazer se algum dia enfrentar a nova Era Glaciar, como prevê o filme. Refugio-me na Cinemateca e desato a queimar a película dos filmes deste realizador.
PS: não posso no entanto deixar passar em claro que se trata de um filme subversivo. Primeiro, todas as desgraças acontecem porque os americanos não querem respeitar o Protocolo de Quioto; que esta coisa da poluição possa afectar o clima costuma enfurecer os blogs da direita, como sabem. Mas a cena mais gostosa é quando os americanos assustadíssimos tentam entrar no México para se salvar. E é ver os mexicanos a vigiar a fronteira para os americanos não passarem, enquanto o presidente do México não chega a acordo com os gringos. Finalmente, eles lá chegam a acordo, que é assim: os gringos perdoam a dívida ao México e podem assim safar o coirão. Não é lindo?
Teste
O fim de semana é a altura ideal para experimentar testes idiotas como este, visto no BdE. O resultado foi até bastante generoso!
Faça você também Que
gênio-louco é você? Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia
O fim de semana é a altura ideal para experimentar testes idiotas como este, visto no BdE. O resultado foi até bastante generoso!
Faça você também Que
gênio-louco é você? Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia
quarta-feira, junho 02, 2004
Piu piu
Tal como estes senhores, não morro de amores pelo Paulo Portas, mas há que reconhecer que dizer que o Sousa Franco é o pai, a mãe, o gato e o periquito do défice é um óptimo insulto. E quando toca a insultos, ainda por cima bons, saber se é verdade é absolutamente supérfluo.
Tal como estes senhores, não morro de amores pelo Paulo Portas, mas há que reconhecer que dizer que o Sousa Franco é o pai, a mãe, o gato e o periquito do défice é um óptimo insulto. E quando toca a insultos, ainda por cima bons, saber se é verdade é absolutamente supérfluo.
Teologia
Acho mal que os media chamem ao cabeça de lista da coligação Força Coiso João de Deus Pinheiro. Deviam chamá-lo apenas João Pinheiro. É que não se invoca o nome de Deus em vão.
Acho mal que os media chamem ao cabeça de lista da coligação Força Coiso João de Deus Pinheiro. Deviam chamá-lo apenas João Pinheiro. É que não se invoca o nome de Deus em vão.
Pessimista, eu??
Um amigo chamou-me a atenção para este artigo luminosamente lúcido do António Barreto. O problema é a última frase. Só volta depois do Verão, Dr.? Três (!) meses de férias? Mais do que as férias judiciais?? Francamente, Dr. António Barreto... Como é que este país pode ir para a frente assim?
Um amigo chamou-me a atenção para este artigo luminosamente lúcido do António Barreto. O problema é a última frase. Só volta depois do Verão, Dr.? Três (!) meses de férias? Mais do que as férias judiciais?? Francamente, Dr. António Barreto... Como é que este país pode ir para a frente assim?
terça-feira, junho 01, 2004
Será que eu sou eu ou apenas uma réstia de um outro eu perdido nos bastidores? Será que o AC não é senão o mago que Fernando Pessoa hospedou na sua cidade e que se dava pelo nome de Aleister Crawley, AC portanto? Será que as cartas que Pessoa enviou a Sá-Carneiro e que se perderam após a sua morte efectivamente foram ter às mãos de AC? E de qual AC? Será que AC é AC? Será que antes de cristo havia Antes de Cristo? Ou terá sido depois? Poderemos nós estar entre meridianos quando sabemos que apenas nós seremos nós ou um outro qualquer perdido entre a bruma? E D. Sebastião? Foi mesmo morto em Alcácer Quibir ou o Sérgio Godinho limita-se a cantar os erros e as consequências? Será que temos mesmo que existir? Se te apetece matar porque é que não queres morrer? Serão zombies os corpos que abanam por entre a multidão ociosa? Ou serei eu apenas eu ou outro qualquer? Saberemos depois...
Nem tudo está perdido
É o que primeiro se me oferece dizer depois de ter visto Kill Bill Vol. II. Como sabem (e se não sabem é igual), deixei aqui em Dezembro de 2003 uma apreciação muito crítica do Vol. I, que eu achava ser um filme falhado. O Vol. II é obviamente ligeiramente melhor por uma razão simples: é mais escrito. Sabemos que um dos trunfos de Tarantino é a escrita dos diálogos, cujo ritmo e originalidade davam um charme muito especial aos filmes anteriores a Kill Bill. O Vol. I sofria (também) de um défice de escrita, defeito que o Vol. II vem, de alguma maneira, colmatar. Penso que este segundo opus não redime o filme, que continua a ser falhado. Mas existem pelos menos duas cenas que me fazem acreditar que Tarantino não perdeu completamente o jeito.
O primeiro desses momentos tem a ver com a tal escrita. A fabulosa cena em que Bill expõe à Noiva a sua teoria sociológica do Super-Homem está muito bem escrita. E, já agora, muito bem dita, que um bom diálogo sem actores à altura de pouco serve.
O segundo momento tem a ver com a narrativa visual, em que Tarantino é quase tão bom como Hitchcock. Quando a Noiva é enterrada viva, a certa altura o ecrã fica totalmente negro e continuamos a seguir a cena unicamente pelos sons. Não existem actualmente muitos cineastas que consigam transmitir um tal clima de angústia claustrofóbica usando apenas um ecrã totalmente negro e alguns sons. É um grande momento de cinema, daqueles que só se desfrutam plenamente na sala escura e não no ecrã de televisão.
E depois vem o principal. Como tinha feito com Travolta há dez anos, Tarantino ressuscita David Carradine, que é simplesmente fabuloso (a Uma também não está mal, há que reconhecê-lo).
Para além disto, o Vol. II sofre dos mesmos defeitos que o Vol. I: argumento indigente, hemoglobina despropositada e engano original: dar a entender ao espectador que tem alguma coisa para lhe dar quando de facto nada tem.
Sejamos no entanto generosos e demos ao Quentin mais uma oportunidade. Sobretudo agora, que ele está quase a acabar o argumento de Inglorious Bastards, que será… um filme 2ª Guerra Mundial, um género que tem andado esquecido, com a honrosa excepção de Spielberg (e Saving Private Ryan, que no entanto era fraquinho).
É o que primeiro se me oferece dizer depois de ter visto Kill Bill Vol. II. Como sabem (e se não sabem é igual), deixei aqui em Dezembro de 2003 uma apreciação muito crítica do Vol. I, que eu achava ser um filme falhado. O Vol. II é obviamente ligeiramente melhor por uma razão simples: é mais escrito. Sabemos que um dos trunfos de Tarantino é a escrita dos diálogos, cujo ritmo e originalidade davam um charme muito especial aos filmes anteriores a Kill Bill. O Vol. I sofria (também) de um défice de escrita, defeito que o Vol. II vem, de alguma maneira, colmatar. Penso que este segundo opus não redime o filme, que continua a ser falhado. Mas existem pelos menos duas cenas que me fazem acreditar que Tarantino não perdeu completamente o jeito.
O primeiro desses momentos tem a ver com a tal escrita. A fabulosa cena em que Bill expõe à Noiva a sua teoria sociológica do Super-Homem está muito bem escrita. E, já agora, muito bem dita, que um bom diálogo sem actores à altura de pouco serve.
O segundo momento tem a ver com a narrativa visual, em que Tarantino é quase tão bom como Hitchcock. Quando a Noiva é enterrada viva, a certa altura o ecrã fica totalmente negro e continuamos a seguir a cena unicamente pelos sons. Não existem actualmente muitos cineastas que consigam transmitir um tal clima de angústia claustrofóbica usando apenas um ecrã totalmente negro e alguns sons. É um grande momento de cinema, daqueles que só se desfrutam plenamente na sala escura e não no ecrã de televisão.
E depois vem o principal. Como tinha feito com Travolta há dez anos, Tarantino ressuscita David Carradine, que é simplesmente fabuloso (a Uma também não está mal, há que reconhecê-lo).
Para além disto, o Vol. II sofre dos mesmos defeitos que o Vol. I: argumento indigente, hemoglobina despropositada e engano original: dar a entender ao espectador que tem alguma coisa para lhe dar quando de facto nada tem.
Sejamos no entanto generosos e demos ao Quentin mais uma oportunidade. Sobretudo agora, que ele está quase a acabar o argumento de Inglorious Bastards, que será… um filme 2ª Guerra Mundial, um género que tem andado esquecido, com a honrosa excepção de Spielberg (e Saving Private Ryan, que no entanto era fraquinho).
O fim-de-semana dos mortos-vivos
O David contou-nos a sua curiosa aventura no Rock in Rio 2004 (embora o post venha assinado AC foi o David que o escreveu: coisas do Blogger ou conspiração??). Apenas uma parte dela, claro. A parte que ele não contou está já arquivada nos X-Files e o Governo desmentirá qualquer afirmação que vá além daquilo que ele disse no post de segunda-feira, 31 de Maio. Mas eu, que jurei defender a verdade até às últimas consequências, venho aqui dizer tudo o que se passou, sem concessões. E a verdade é que o David se deslocou ao Rock in Rio com a perigosíssima missão de verificar se Paul McCartney e Peter Gabriel existiam ainda. Com efeito, relatos vários que nos têm chegado levavam a pensar que estes personagens desapareceram há muito e que teriam sido substituídos por clones, talvez de origem extra-terrestre. O que o David dolorosamente descobriu é que a verdade é ainda mais horrível: McCartney e Gabriel não são afinal clones mas autênticos zombies ressuscitados a partir dos cadáveres originais pelos cientistas dos laboratórios ultra-secretos de algumas editoras discográficas sem escrúpulos. A verdade é esta: McCartney e Gabriel já morreram, só que ainda não o sabem. E então comportam-se como se ainda estivessem vivos, dando concertos e mesmo, suprema manigância, editando novos álbuns. O nosso agente David descobriu-o quando se passeava backstage e viu pelo canto do olho McCartney limpando um resto de ossada humana (parecido com um bocado de fémur de um cantor dos Oasis) do canto da boca com uma das 150 toalhas brancas que pediu à organização do Rock in Rio. Infelizmente, também os lacaios das malvadas editoras descobriram o David a meter o nariz onde não era chamado e apanharam-no. O David viu-se assim, petrificado de terror, à mercê do Paul McCartney e de um grupo ameaçador de outros zombies que pareciam ser todos ex-guitarristas dos Wings. Essa foi a última mensagem que recebi dele. Até ao fatídico post de segunda-feira, 31 de Maio. Temo que o David já não seja o David que eu conheci. Penso que ele já terá sido infectado. Pior ainda: se de facto 50000 almas cantaram o Solsbury Hill, como diz o David, tal só pode ser o resultado de uma gigantesca operação de hipnose de massa, perpetrada pelas editoras no intuito de deixar os espectadores do RiR em estado catatónico. Apelo aos leitores deste blog que me enviem a fórmula do antídoto, se antídoto existir. O David agradecerá logo que recuperar. Fim de transmissão.
O David contou-nos a sua curiosa aventura no Rock in Rio 2004 (embora o post venha assinado AC foi o David que o escreveu: coisas do Blogger ou conspiração??). Apenas uma parte dela, claro. A parte que ele não contou está já arquivada nos X-Files e o Governo desmentirá qualquer afirmação que vá além daquilo que ele disse no post de segunda-feira, 31 de Maio. Mas eu, que jurei defender a verdade até às últimas consequências, venho aqui dizer tudo o que se passou, sem concessões. E a verdade é que o David se deslocou ao Rock in Rio com a perigosíssima missão de verificar se Paul McCartney e Peter Gabriel existiam ainda. Com efeito, relatos vários que nos têm chegado levavam a pensar que estes personagens desapareceram há muito e que teriam sido substituídos por clones, talvez de origem extra-terrestre. O que o David dolorosamente descobriu é que a verdade é ainda mais horrível: McCartney e Gabriel não são afinal clones mas autênticos zombies ressuscitados a partir dos cadáveres originais pelos cientistas dos laboratórios ultra-secretos de algumas editoras discográficas sem escrúpulos. A verdade é esta: McCartney e Gabriel já morreram, só que ainda não o sabem. E então comportam-se como se ainda estivessem vivos, dando concertos e mesmo, suprema manigância, editando novos álbuns. O nosso agente David descobriu-o quando se passeava backstage e viu pelo canto do olho McCartney limpando um resto de ossada humana (parecido com um bocado de fémur de um cantor dos Oasis) do canto da boca com uma das 150 toalhas brancas que pediu à organização do Rock in Rio. Infelizmente, também os lacaios das malvadas editoras descobriram o David a meter o nariz onde não era chamado e apanharam-no. O David viu-se assim, petrificado de terror, à mercê do Paul McCartney e de um grupo ameaçador de outros zombies que pareciam ser todos ex-guitarristas dos Wings. Essa foi a última mensagem que recebi dele. Até ao fatídico post de segunda-feira, 31 de Maio. Temo que o David já não seja o David que eu conheci. Penso que ele já terá sido infectado. Pior ainda: se de facto 50000 almas cantaram o Solsbury Hill, como diz o David, tal só pode ser o resultado de uma gigantesca operação de hipnose de massa, perpetrada pelas editoras no intuito de deixar os espectadores do RiR em estado catatónico. Apelo aos leitores deste blog que me enviem a fórmula do antídoto, se antídoto existir. O David agradecerá logo que recuperar. Fim de transmissão.