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quinta-feira, junho 17, 2004

Moscow Times
Depois de ter lido o excelente comentário ao minuto do José Mário, sinto-me habilitado a comentar o jogo. E contrariamente aos comentadores especialistas da redondinha, a mim a revolução na equipa titular meteu medo. Porque parece evidente que não é agora, em pleno Euro, que se vão testar soluções que não foram experimentadas em ano e meio. Deu para ganhar à Rússia mas contra a Espanha será bem mais complicado. De qualquer maneira, o fio de jogo que não existiu contra a Grécia (também muito por culpa desta, claro) notou-se a espaços contra a Rússia. Valeu ter marcado um golo cedo e a expulsão do Ovchinicoiso (injustificada, pois nem falta existiu: a mão do guarda-redes não toca na bola, embora isso só se consiga ver à 15ª repetição, em movimento lento e imagem ampliada). Mas a segunda parte foi sempre a sofrer por causa da incapacidade notória de matar o jogo, quando se tinham todas as possibilidades para isso. Quanto às prestações individuais, viu-se que Deco tem de ser o n° 10 titular da selecção. No entanto, Rui Costa, que entrou nervoso (pudera) e cometendo alguns erros, ajudou a estabilizar o meio-campo e teve a felicidade e a lucidez suficiente para marcar. Miguel defendeu melhor que Paulo Ferreira, mas foi muito tímido no ataque, o que também se compreende, depois do desastre grego. Nuno Valente esteve bem e deve continuar contra a Espanha; embora eu continue a pensar que Rui Jorge ataca melhor e com uma qualidade de centros superior, Nuno Valente oferece mais garantias do ponto de vista defensivo contra os extremos espanhóis, qualquer deles (Vicente, Exteberria ou Joaquin) muito bons. A dupla de centrais, quase inédita e sem rotina, acabou por estar bem. Scolari lá fez a vontade aos maralhal e pôs o Ricardo Carvalho a titular. Também penso ser esta a dupla ideal para a selecção mas teria que ter sido testada durante a fase de preparação. Scolari deveria ter assumido antes do Euro que já não necessita da experiência de Fernando Couto e não tirá-lo já com a competição a decorrer. Independentemente disso, esta dupla, que ganhou confiança neste jogo, deve ser mantida contra a Espanha. Quanto a Simão, voltou a desiludir, depois de um bom início de jogo.
Donde, eis o meu 11 para a Espanha:
Ricardo; Paulo Ferreira, R. Carvalho, J. Andrade, N. Valente; Costinha (ou Petit) e Maniche; Deco, Figo e Ronaldo; Pauleta.
Independentemente do erro fatal contra a Grécia, Paulo Ferreira é melhor que Miguel e deve ser titular. Ronaldo já justificou a titularidade, sobretudo depois de Simão ter desiludido. Enfim, Costinha pareceu-me em dificuldades físicas no fim do jogo e não me espantaria que fosse Petit, que está fresco, a jogar à frente da defesa. Pauleta ainda não fez nada portanto vai marcar no próximo jogo.
A partir daí, olés e lenços brancos para os infelizes derrotados.
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