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quinta-feira, janeiro 27, 2005

É só fumaça
Regressou a polémica dos cigarros, a que eu prometi voltar depois de deixar de fumar (cigarros, entenda-se). Tudo por causa do projecto que o Governo estaria a preparar e que iria no sentido de proibir o fumo em todos os locais públicos, incluindo bares, cafés e discotecas. Afinal parece agora que a putativa lei se fará mas em versão Português Suave, deixando de lado os locais "onde as pessoas sabem o que os espera" (palavras do ministro). O Tulius diz e rediz que em Nova Iorque o mundo não acabou quando uma lei semelhante (ok, é verdade, mais estúpida: fiz sobre ela os posts "Sem filtro" de 24.2.04 e "Dura lex" de 16.12.03 que os mais pacientes poderão ir ver) entrou em vigor. Por cá temos gente habitualmente sensata que perde completamente a compostura quando se começa a falar destas coisas (e não é só o Miguel Sousa Tavares). Cá o ex-fumador (mas que tem gente em casa que ainda fuma) pensa que muita discussão estéril poderia ser evitada se se partisse de dois ou três princípios simples. Primeiro: o vício do tabaco, como outros vícios, é um problema de saúde pública e como tal deve ser encarado. Segundo, a velha máxima liberal do fim da minha liberdade e do início da liberdade do outro é, sobretudo neste assunto, muito útil: tolerância e respeito mútuo poderiam fazer o resto. Terceiro: quanto aos bares, cafés e discotecas, porque não deixar o mercado escolher? Se eu, mesmo não fumando, me apetecer ir enegrecer o pulmão para a discoteca, qual é o mal? Desde que tenha, claro, a possibilidade de ir a outra discoteca onde não se fume. O problema é que por enquanto não disponho em Portugal desta última possibilidade. Que seja proibido fumar num restaurante levanta fúrias extraordinárias na blogosfera portuguesa (e não só). No entanto, começa a ser encarado como normal em muitos sítios, inclusivamente em França, país onde até não há muito tempo se poderia pensar que se iriam concentrar os últimos e irredutíveis fumadores. Mas, lá está, quem não veja mal nessa proibição passa a ser um perigoso fundamentalista ou, pior ainda, um picha mole (parece ser a posição deste mas como está escrito em brasileiro se calhar percebi mal!).

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Pedimos desculpa por esta interrupção...
da minha actividade bloguistica e bem sei que mais valia estar calado, mas não podia deixar de referir que descobri finalmente onde vão buscar a inspiração estes.

terça-feira, janeiro 25, 2005

E ainda digo eu que não é da PDI... Precisamente no post ligeiramente abaixo com esse título falo em bota da tropa! É claro que queria escrever bota de elástico... O que se chamava no meu tempo a "pai antigo"!!!

Terá sido da Edite Estrela a autoria?

Santanice (do nom. próp. Port. Santana) - Acto ou acção de alguém que acaba sempre por prejudicar outra pessoa e ser também ele próprio prejudicado por esse acto ou acção, sem ter consciência disso; forma de agir inopinada e irresponsável que prejudica toda a gente envolvida directa ou indirectamente na acção (e inclusivamente os que não estão envolvidos), sem que o autor tenha consciência das consequências da sua acção; estupidez, parvoíce, inexperiência, irresponsabilidade de grande dimensão, efeito negativo de algo dito ou feito por um inconsciente com poder para que as suas palavras e actos possam ter consequências. Ex: "Fez-lhe uma santanice", "acabou por se santanizar", "se disse isso vai ser santanizado" .



PDI ?

Recuso-me a pensar que hoje estou mais sábio do que estava há 20 anos. Se calhar estou mais cauteloso, mais táctico, menos impulsivo... Mas nada disso coloca o adjectivo bom à frente de uma idade prolongada e vice-versa para idades mais jovens. Com certeza que ganhamos algo com o avançar da idade (até chegarmos a um qualquer ponto de inflexão, parece-me) mas também perdemos (naturalmente) outras coisas. É por isso que nos devemos questionar e fazer o que o AC faz no post abaixo: revoltarmo-nos contra a nossa própria natureza. Garanto-vos que luto contra este estado de espírito de os velhos sabem melhor que os novos todos os dias. Confesso que, muitas vezes, sem sucesso. É de antologia uma frase do meu filho mais velho (mas, apesar disso, apenas com 9 anos de idade): "pareces um pai antigo!". Qual reaccionário, qual carapuça. O que ele me estava a chamar era mesmo bota da tropa! Portanto cuidado minhas amigas e meus amigos (até estou politicamente correcto, vejam bem!) - há que reagir e contrariar as nossas posturas naturais sobre a vida e sobre as coisas. Há que ser cerebral de novo. E ser cerebral é rever os nossos argumentos de juventude e concluir que alguns (muitos?) deles continuam (ou deviam continuar) válidos mesmo depois dos 40!

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Angústia
Assalta-me por vezes uma dúvida terrível: estarei a transformar-me num conservador? Depois de uma década a viver em França, tenho cada vez menos paciência para as greves sucessivas de certas categorias profissionais, aliás sempre as mesmas. Não é que eu seja pessoalmente afectado: as greves do pessoal dos comboios põem mais uns carritos na auto-estrada mas com isso a gente pode bem. Só que custa-me perceber a razoabilidade de algumas exigências. Por exemplo, porque é que os maquinistas continuam a exigir a reforma aos 50 anos, o que se compreendia nos anos 60 mas se percebe mal numa época em que a condução dos comboios dificilmente pode ser considerada uma actividade fisicamente exigente. Ou que ainda se discuta a noção de serviços mínimos, que deveria ser pacífica nos tempos que correm. Portanto, para afastar esta ameaça de metamorfose em facho, socorro-me do método que o Pipi utilizava para afastar do pensamento as gloriosas visões de gajas boas ("Na baliza Moreira, quarteto defensivo composto por Miguel, Luisão, Argel, etc. etc...") e ponho-me a pensar no ministro Portas de fatinho às riscas e dedinho esticado a invocar a Nossa Senhora até que... zás, passa-me logo o ataque de fachice!!

terça-feira, janeiro 18, 2005

KO Computer
Já não tinha tempo para blogar. Agora o computador finou-se... Maus tempos para a bloga. Até não sei quando, meus amigos.

sábado, janeiro 08, 2005

A vast conspiracy
Sim, agora acredito. Está em curso uma vasta e sinistra conspiração contra a ONU, as ONG e todos os trabalhadores humanitários. A não ser assim, como explicar Beyond Borders? Sinopse: uma burguesa americana (Angelina Jolie) casada com um milionário inglês apaixona-se por um médico de uma organização humanitária e decide dedicar a sua vida à luta contra a fome. Temos portanto a nossa Maria Angelina, qual Lara Croft recém chegada à AMI, sucessivamente na Etiópia, no Cambodja e na Chechénia, ora ajudando criancinhas, ora enfrentando os khmers vermelhos, ora salvando o namorado da máfia russa. Pelo meio a Lina é nomeada representante do HCR no Reino Unido e passa a ser a maior esperança da ONU para combater as injustiças do mundo. Este filme, directamente entrado para a minha galeria mete nojo, é, para além de totalmente mentecapto, um insulto aos funcionários internacionais e das ONG. Trata-se também de um filme perigoso: é que se todas as raparigas das organizações humanitárias tivessem a estampa da Angelina, como é que vocês querem que o pessoal masculino dessas mesmas organizações arranjasse tempo para sequer pensar em salvar criancinhas? Seria uma carnificina. O responsável por este crime lesa cinema chama-se Martin Campbell e é, lamentavelmente, um perigoso reincidente: era ele com efeito o realizador daquele filme(?) onde o Banderas aparecia mascarado de Zorro. Sr. Annan, urge tomar medidas contra esta campanha feroz contra a seriedade da ONU e das organizações humanitárias. Não se pode encomendar um documentário, sei lá, ao Scorsese?

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Balanços?

2004 não foi um bom ano. 2003 também não o tinha sido. 2005, infelizmente, não promete grandes melhorias. Mas será, esperamos, o fechar de um ciclo. E sobre ciclos vale a pena sempre recordar que eles acontecem mesmo. Durante a nossa vida profissional (cerca de 30 anos, esperam as novas gerações!) é muito provável que apanhemos 2 a 3 ciclos negativos e outros tantos positivos. Este que se recusa a ir embora é o meu segundo ciclo negro e, portanto, já o senti com alguma sensação de déjá-vu, embora não totalmente. O meu primeiro ciclo negativo era eu recém profissional, pretenso yuppie, cheio de sangue na guelra, optimista e positivo por natureza. Eu tinha a solução para a crise! Hoje, no final deste meu segundo ciclo negativo já vejo as coisas de forma distinta. Já falta algum sangue na guelra e as responsabilidades são maiores. Ou seja, mais coisa menos coisa, por razões diferentes, cada crise se sente com pesar e dificuldade. O que nos esquecemos é que a seguir à crise vem a bonança e depois, outra vez, a festa. À qual se seguirá nova crise e assim por diante. Inexorável! Não é preciso sermos optimistas nem positivos, basta sermos realistas, conhecermos um pouco de história (económica e não só) e percebermos as noções básicas da estatística e das probabilidades em especial. Por isso tudo vale a pena olhar para trás e fazer o que o AC já fez em baixo! Vou pensar nisso e voltarei em breve.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

A verdade a que temos direito
Como também temos direito aos nossos Tops 2004, aí vão os meus.

Discos: The Magnetic Fields "i", Franz Ferdinand "Franz Ferdinand", Nick Cave and The Bad Seeds "Abattoir Blues/The Lyre of Orpheus"

Filmes: "Lost in Translation" S. Coppola, "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" M. Gondry, "The Village" M. Night Shyamalan

Para os Tops de rock progressivo, terão que esperar pelo David.

Encenação da dor
Como se diz aqui e aqui, numa coincidência de posições Luís Rainha- JP Coutinho que nada tem de surpreendente, claro que a exibição persistente da desgraça alheia tem algo de obsceno. Mas sem ela, teria a generosidade atingido o nível que atingiu? Duvido muito. Que a televisão continue pois a mostrar os efeitos da catástrofe, se assim se conseguirem reunir mais fundos para ajudar as populações afectadas.

adenda: reparo agora que o Tulius fez um post sobre isto. Certeiro, como sempre.

Post 2005
Onde se saúda mais um ano e se tira do topo desta página o post anterior, que terá ao menos servido para receber a prenda de Natal pedida.

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