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sexta-feira, janeiro 21, 2005

Angústia
Assalta-me por vezes uma dúvida terrível: estarei a transformar-me num conservador? Depois de uma década a viver em França, tenho cada vez menos paciência para as greves sucessivas de certas categorias profissionais, aliás sempre as mesmas. Não é que eu seja pessoalmente afectado: as greves do pessoal dos comboios põem mais uns carritos na auto-estrada mas com isso a gente pode bem. Só que custa-me perceber a razoabilidade de algumas exigências. Por exemplo, porque é que os maquinistas continuam a exigir a reforma aos 50 anos, o que se compreendia nos anos 60 mas se percebe mal numa época em que a condução dos comboios dificilmente pode ser considerada uma actividade fisicamente exigente. Ou que ainda se discuta a noção de serviços mínimos, que deveria ser pacífica nos tempos que correm. Portanto, para afastar esta ameaça de metamorfose em facho, socorro-me do método que o Pipi utilizava para afastar do pensamento as gloriosas visões de gajas boas ("Na baliza Moreira, quarteto defensivo composto por Miguel, Luisão, Argel, etc. etc...") e ponho-me a pensar no ministro Portas de fatinho às riscas e dedinho esticado a invocar a Nossa Senhora até que... zás, passa-me logo o ataque de fachice!!

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