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sábado, novembro 20, 2004

Primeiro princípio do Dogma: quando o filme é mau é mesmo mau
É oficial: o Dogma 95 é uma patetice. Se assim não fosse, como é que Thomas Vinterberg, realizador de Festen, o mais interessante filme que conheço feito segundo as regras formais do Dogma, poderia ter feito uma nulidade como It’s all about Love? Sinopse: num futuro próximo, em que as pessoas morrem repentinamente de solidão e as alterações climáticas inverteram as estações (as personagens do filme passam o tempo a dizer que vem aí o "colapso cósmico", seja lá isso o que for: eu aposto que elas se referem ao próprio filme!), os colaboradores de uma patinadora famosa cuja carreira começa a declinar decidem cloná-la e assim perpetuar glória e fortuna para todos. É não contar com o marido dela, que vem a Nova Iorque só para assinar os papéis do divórcio mas que acaba a salvá-la (dando-lhe de caminho umas valentes quecas, para espevitar o espectador sonolento) das garras dos capitalistas que decidiram limpar-lhe o sebo. Pelo meio, os habitantes do Uganda começam a levantar voo (literalmente), sem que ninguém saiba porquê (agora a sério: essa parte é gira!). A patinadora (e as clones) é a Claire Danes, excelente a fazer beicinho, mas menos boa a representar. O marido é o Joaquin Phoenix, que se deveria ter especializado em peplums para o mercado emergente da Ásia menor (ou qualquer outra região do mundo menos a Europa). Finalmente, temos o Sean Penn a fazer de Sean Penn (arrgghh). Que dizer desta bosta de filme? Que o argumento é indigente? Que a direcção de actores é inexistente, talvez porque os actores só falavam inglês e o realizador apenas dinamarquês? Que a fotografia é manhosa? A montagem de assarapantar? Os diálogos pimba? Isso tudo e mais isto: pobre destino o do Dogma 95, que vê assim um dos seus representante mais conhecidos acabar sem glória, logo que chega a Hollywood, todo armado em modernaço. Filme a arquivar aqui.

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