quinta-feira, setembro 09, 2004
O rio da minha aldeia...
O último filme de M. Night Shyamalan, "The Village" (em português vai chamar-se "A vila"), é um digno sucessor dos anteriores três sucessos do realizador e confirma-o como um dos mais interessantes cineastas mainstream que surgiram nos últimos anos. Mainstream desde logo porque pretende fazer entertainment, utilizando (e muito bem) as convenções tradicionais do cinema de Hollywood. Acrescenta-lhe, porém, uma mestria técnica e um domínio da narrativa que o aproximam do grande Hitch. Ele próprio assume, de maneira um pouco megalómana (mas esperavam o quê de um gajo que se chama Noite??), essa filiação hitchkokiana participando sempre, como o mestre Alfred, nos seus filmes (médico em "O sexto sentido", traficante de droga em "Unbreakable", condutor em "Signs" e para este último deixo-vos o prazer de adivinhar). Ao contrário do mestre Alfred, Shyamalan parte em geral de histórias que ele próprio cria. Histórias que têm em comum o medo do Outro, daquele que não conhecemos ou que nos é estranho; que criam mundos paralelos e acrescentam dimensões suplementares às que conhecíamos ou pensávamos conhecer. E histórias que nos surpreendem sempre, sem mesmo que seja necessário a gente esperar pelo twist final que começa a tornar-se também uma das imagens de marca de Shyamalan; o famoso twist que, sendo uma das riquezas do cinema de Shyamalan, poderá transformar-se simultaneamente numa das suas fraquezas, se o espectador se começar a habituar a ele e, pior, se esquecer de fruir o filme pela angústia de o tentar adivinhar. E mais não se pode dizer, sob pena de se estragar muito do prazer que é ver este filme.
O último filme de M. Night Shyamalan, "The Village" (em português vai chamar-se "A vila"), é um digno sucessor dos anteriores três sucessos do realizador e confirma-o como um dos mais interessantes cineastas mainstream que surgiram nos últimos anos. Mainstream desde logo porque pretende fazer entertainment, utilizando (e muito bem) as convenções tradicionais do cinema de Hollywood. Acrescenta-lhe, porém, uma mestria técnica e um domínio da narrativa que o aproximam do grande Hitch. Ele próprio assume, de maneira um pouco megalómana (mas esperavam o quê de um gajo que se chama Noite??), essa filiação hitchkokiana participando sempre, como o mestre Alfred, nos seus filmes (médico em "O sexto sentido", traficante de droga em "Unbreakable", condutor em "Signs" e para este último deixo-vos o prazer de adivinhar). Ao contrário do mestre Alfred, Shyamalan parte em geral de histórias que ele próprio cria. Histórias que têm em comum o medo do Outro, daquele que não conhecemos ou que nos é estranho; que criam mundos paralelos e acrescentam dimensões suplementares às que conhecíamos ou pensávamos conhecer. E histórias que nos surpreendem sempre, sem mesmo que seja necessário a gente esperar pelo twist final que começa a tornar-se também uma das imagens de marca de Shyamalan; o famoso twist que, sendo uma das riquezas do cinema de Shyamalan, poderá transformar-se simultaneamente numa das suas fraquezas, se o espectador se começar a habituar a ele e, pior, se esquecer de fruir o filme pela angústia de o tentar adivinhar. E mais não se pode dizer, sob pena de se estragar muito do prazer que é ver este filme.
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