terça-feira, setembro 14, 2004
Geração SMS
Vejo-o sempre quando vou para casa ao fim do dia. É um imenso outdoor com uma publicidade para um operador de telefonia móvel, que pretende louvar o baixo custo dos SMS. O grafismo faz pensar no ecrã de um telemóvel, onde se lê a mensagem: "Se eu fosse o Mozart, tu serias a minha Gioconda". A publicidade está brilhante. De uma assentada, atinge o público alvo, os jovens, transmitindo a ideia que mandar um SMS é moderno, poético, romântico, giro, numa palavra, jovem. Tão jovem que, não sem ironia e com uma piscadela de olho, nos diz que isto dos SMS é para a geração que confunde Mozart com Da Vinci e, talvez, Género Humano com Manuel Germano. Como o erro é demasiado grosseiro, o jovem ri, embora não deixe de se identificar com o anúncio: ele próprio terá já confundido, vá-se lá saber, Mozart e Chopin, a Vénus de Boticelli e a Vénus de Milo, etc. A boa publicidade é, como se sabe, a que interpreta correctamente e no momento certo o sentir de uma geração, sabendo identificar com mestria quais os mecanismos a accionar para obter uma reacção. No caso desta brilhante publicidade, o mecanismo é o analfabetismo cultural da geração SMS. Geração que é ainda por cima representada na blogosfera por uma imensa quantidade de gente inteligente e hiper culta, por pessoas a quem não basta saber apenas que George Sand era uma mulher e Evelyn Waugh um homem.
Vejo-o sempre quando vou para casa ao fim do dia. É um imenso outdoor com uma publicidade para um operador de telefonia móvel, que pretende louvar o baixo custo dos SMS. O grafismo faz pensar no ecrã de um telemóvel, onde se lê a mensagem: "Se eu fosse o Mozart, tu serias a minha Gioconda". A publicidade está brilhante. De uma assentada, atinge o público alvo, os jovens, transmitindo a ideia que mandar um SMS é moderno, poético, romântico, giro, numa palavra, jovem. Tão jovem que, não sem ironia e com uma piscadela de olho, nos diz que isto dos SMS é para a geração que confunde Mozart com Da Vinci e, talvez, Género Humano com Manuel Germano. Como o erro é demasiado grosseiro, o jovem ri, embora não deixe de se identificar com o anúncio: ele próprio terá já confundido, vá-se lá saber, Mozart e Chopin, a Vénus de Boticelli e a Vénus de Milo, etc. A boa publicidade é, como se sabe, a que interpreta correctamente e no momento certo o sentir de uma geração, sabendo identificar com mestria quais os mecanismos a accionar para obter uma reacção. No caso desta brilhante publicidade, o mecanismo é o analfabetismo cultural da geração SMS. Geração que é ainda por cima representada na blogosfera por uma imensa quantidade de gente inteligente e hiper culta, por pessoas a quem não basta saber apenas que George Sand era uma mulher e Evelyn Waugh um homem.
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