quinta-feira, abril 08, 2004
Pescaria
O último filme do genial Tim Burton, Big Fish, terá passado relativamente despercebido em Portugal. É pena, porque mesmo quando são maus (e mau é um conceito muito relativo quando falamos de Tim Burton: O Planeta dos Macacos é o último exemplo), vale sempre a pena ir ver os filmes de Tim Burton. Porque não são assim tantos os realizadores que, como ele, conseguem dar uma dimensão poética a uma arte que tem sido tão maltratada pela imbecilização metódica. E, no entanto, nada mais longe do cinema de Tim Burton que a intelectualização. É sempre um cinema de sentimentos e emoções, que nos transportam para um mundo tão longínquo quanto próximo, tão imaginário quanto real. Esta dualidade é particularmente feliz em Big Fish, como já o era em Eduardo Mãos de Tesoura, para o qual Big Fish nos remete. É uma história de bruxas e gigantes e, no entanto, é uma história do quotidiano, em que poucos não se reconhecerão na personagem do filho prestes a ser pai (Billy Crudup, o guitarrista cool de Almost Famous), quando chega a altura de reavaliar a sua própria relação com o pai doente (o excelente Albert Finney). Por isso é um cinema que vale sempre a pena. Percebi-o mais uma vez quando, depois de sair da sala, perguntei ao meu filho de 10 anos se tinha gostado e constatei que ele tinha feito a sua própria leitura do filme e visto as coisas mais importantes que para mim seriam talvez detalhes. Não deixem fugir este peixe, que ainda se passeia pelos cinemas de Lisboa.
O último filme do genial Tim Burton, Big Fish, terá passado relativamente despercebido em Portugal. É pena, porque mesmo quando são maus (e mau é um conceito muito relativo quando falamos de Tim Burton: O Planeta dos Macacos é o último exemplo), vale sempre a pena ir ver os filmes de Tim Burton. Porque não são assim tantos os realizadores que, como ele, conseguem dar uma dimensão poética a uma arte que tem sido tão maltratada pela imbecilização metódica. E, no entanto, nada mais longe do cinema de Tim Burton que a intelectualização. É sempre um cinema de sentimentos e emoções, que nos transportam para um mundo tão longínquo quanto próximo, tão imaginário quanto real. Esta dualidade é particularmente feliz em Big Fish, como já o era em Eduardo Mãos de Tesoura, para o qual Big Fish nos remete. É uma história de bruxas e gigantes e, no entanto, é uma história do quotidiano, em que poucos não se reconhecerão na personagem do filho prestes a ser pai (Billy Crudup, o guitarrista cool de Almost Famous), quando chega a altura de reavaliar a sua própria relação com o pai doente (o excelente Albert Finney). Por isso é um cinema que vale sempre a pena. Percebi-o mais uma vez quando, depois de sair da sala, perguntei ao meu filho de 10 anos se tinha gostado e constatei que ele tinha feito a sua própria leitura do filme e visto as coisas mais importantes que para mim seriam talvez detalhes. Não deixem fugir este peixe, que ainda se passeia pelos cinemas de Lisboa.
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