sexta-feira, janeiro 23, 2004
Bangs
O meu livro de cabeceira mais recente é a segunda compilação de artigos do malogrado Lester Bangs, o maior crítico de rock de sempre. Quem tenha visto Almost Famous, de Cameron Crowe, incidentalmente um dos meus filmes de culto, lembra-se de Philip Seymour Hofman no papel de Lester: era ele que dava os conselhos ao protagonista alter-ego de Crowe, adolescente candidato a jornalista da Rolling Stone. Cameron introduziu no seu filme autobiográfico a sua própria lembrança de Lester. Como Lester morreu em 1982, é óbvio que alguns dos artigos são datados. Mas o que entusiasma neste livro é a liberdade de tom com que Lester fala dos seus músicos e grupos preferidos (e dos seus ódios de estimação). Numa altura em que a crítica rock, se ainda existe, não passa muito da aplicação das estratégias comerciais das editoras, (re)ler Lester é não só refrescante, mas quase obrigatório. Só ele para anunciar uma banda perfeitamente obscura como a última grande esperança do rock, enganando-se redondamente, claro. Mais ninguém como Lester é capaz de incensar por exemplo um álbum dos MC5 para depois espezinhar alguns anos depois o mesmíssimo álbum, com o mesmo genuíno entusiasmo. E como é que Lester adivinhou que Exile on Main Street ia ser realmente o último álbum dos Stones? "Mainlines, blood feasts and bad taste" reúne textos publicados sobretudo na Rolling Stone , na Creem e no Village Voice. E é a ler de urgência.
O meu livro de cabeceira mais recente é a segunda compilação de artigos do malogrado Lester Bangs, o maior crítico de rock de sempre. Quem tenha visto Almost Famous, de Cameron Crowe, incidentalmente um dos meus filmes de culto, lembra-se de Philip Seymour Hofman no papel de Lester: era ele que dava os conselhos ao protagonista alter-ego de Crowe, adolescente candidato a jornalista da Rolling Stone. Cameron introduziu no seu filme autobiográfico a sua própria lembrança de Lester. Como Lester morreu em 1982, é óbvio que alguns dos artigos são datados. Mas o que entusiasma neste livro é a liberdade de tom com que Lester fala dos seus músicos e grupos preferidos (e dos seus ódios de estimação). Numa altura em que a crítica rock, se ainda existe, não passa muito da aplicação das estratégias comerciais das editoras, (re)ler Lester é não só refrescante, mas quase obrigatório. Só ele para anunciar uma banda perfeitamente obscura como a última grande esperança do rock, enganando-se redondamente, claro. Mais ninguém como Lester é capaz de incensar por exemplo um álbum dos MC5 para depois espezinhar alguns anos depois o mesmíssimo álbum, com o mesmo genuíno entusiasmo. E como é que Lester adivinhou que Exile on Main Street ia ser realmente o último álbum dos Stones? "Mainlines, blood feasts and bad taste" reúne textos publicados sobretudo na Rolling Stone , na Creem e no Village Voice. E é a ler de urgência.
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