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quarta-feira, dezembro 03, 2003

Iconoclasta q.b.

A propósito da deixa do meu amigo AC e sem prejuízo das suas naturalmente doutas opiniões e convicções sobre a matéria, gostaria de deixar no etéreo algumas reflexões sobre o tema.

Eu, tal como o AC, vivo e sobrevivo sob uma névoa de dependência (não meramente iconoclasta) da "América". É óbvio que a grande maioria de nós o que somos é um melting pot de influências, referências, mitos e invejas (esta última é mais pessoal...). Os da minha (e do AC) geração que tiveram a oportunidade de fazer parte de uma sociedade em mudanças (sim, o 25 de Abril, qual é o problema?) a nível nacional, mas também a nível internacional, e que fizeram parte de uma classe média em ascenção e com alguma independência económica, são anglo-saxónicos por natureza. Não sei de estatísticas, mas seremos talvez 80% - não devo estar muito errado... E desses 80% teremos provavelmente uma influência anglo-saxónica dominante entre os 50% e os 80%, dependente dos grupos sociais a que nos juntámos ao longo da nossa história individual. Ora bem, mais estatística, menos estatística, mais facto ou mais especulação, o mundo anglo-saxónico rodeia(ou)-nos! Ultimamente (isto quer dizer nos últimos 25 anos) mais norte-americano do que britânico (mas o mesmo não se podia dizer nos idos de 70). Portanto gostemos ou não somos esta geração.

Agora o tema que se coloca é se nos sentimos orgulhosos ou não disso! Para isso há que discutir um pouco mais o que são os EUA! E esta questão dá-nos panos para mangas! É que ao contrário de alguns países (como Portugal, e mesmo assim eu próprio discuto esta perspectiva) os EUA sempre foram um país imenso, não apenas na sua geografia, mas também nos seus segmentos populacionais. Para isso basta pensar em temas tão (?) distintos como a política (já agora federada e estadual!), a arte e a cultura (já agora, o cinema, o teatro, o music-hall, a musica - e dentro que cada um destes provavelmente mais meia dúzia de sub-segmentos), a comunicação social, a educação, etc., etc. Há que explorar os diversos ângulos para percebermos efectivamente do que falamos quando falamos dos EUA... (ou de amor!, como dizia em título de um conto e depois de um livro um grande escritor americano) Vou deixar (se ele aceitar esta pequena provocação, como é óbvio) o AC continuar...

Até porque, como Michael Moore diz no seu último livro, mais de 50% dos norte-americanos não votaram em Bush!


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