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terça-feira, dezembro 02, 2003

Amigo AC. Espero que tenhas o coldre preparado pois o ataque vai ser feroz!

4 Razões porque Kill Bill Part 1 é uma obra-que-se-prevê-prima (falta a Part 2, para a definitiva confirmação)!

Porque quero ser eu mesmo e não me deixar influenciar pelas incongruências e inexactidões que provavelmente constroem a absurda rede argumentativa do meu amigo AC, resolvi não as ler! PIM!
Mas retirei-lhe os títulos que vou utilizar para a minha própria síntese argumentativa! PAM!
Vamos então!

1. O argumento

Este é um dos elementos mais absurdamente felizes do filme. Aquilo que podemos chamar de linearidade é meramente ilusória já que somos sistematicamente surpreendidos pela inexistência de surpresas. Este é mais um rude golpe que o sistema de Hollywood sofre às mãos de Tarantino. Queriam suspense? Queriam desenlaces alternativos? Pevas! Isto é aquilo que qualquer ser de senso comum esperaria de um filme se estivésse bom do juízo! Que bom podermos não esperar o inesperado! Que prazer não cumprir um dever, ter um livro para ler e não o fazer! (upps isto é de outro...). No entanto, este argumento tem que ser visto numa matiné, preferencialmente com um céu azul de lindo, um sol radioso e quente de Inverno, para que sintamos mais ainda a claustrofobia da sala escura e do fim esperado!

2. Série B

Pois claro! Desde já o filme série B do século! Não sei se repararam, por vezes o realizador até nos oferece planos kitsch (para aí de 5 em 5 minutos, mais frequentes talvez nos razoavelmente longos momentos de luta) para que não nos esqueçamos que hoje em dia não é disto que o cinema vive! E repararam como o negro típico da série B aqui surge em toda a sua pujança, meramente disfarçada por vermelho e tons fronteiriços. Eu teria feito aqui e acolá qualquer coisa de diferente (por exemplo, faltou uns elementos visuais mais chocantes, mas sobre isso falamos abaixo).

3. A violência

Qual violência??? O sangue é o combustível da vida! O filme transporta-nos para um mundo onírico onde os corpos se juntam numa orgia de cor! Tarantino conseguiu o que ninguém antes tinha conseguido: transformar o sangue no actor secundário mais importante de um filme! Conseguiu oferecer-nos o que nem o Reservoir Dogs ou Pulp Fiction nos tinham oferecido. Aliás o consumo de sucedâneo de sangue no filme deve ter excedido o da totalidade de todos os outros filmes anteriores. No que a isto diz respeito temos a prova provada que a violência típica de Manga é possível concretizar fora do mundo do desenho animado. Com mestria e extremo bom gosto!

4. Os pés da...

Upps. Aqui quase que concordo contigo amigo AC. Confesso que o único momento em que senti um ligeiro enjoo (físicamente falando mesmo) foi na cena dos pés! Porra o gajo podia ter-nos dado mais meia hora de sangue, mais 150 ninjas, mais 20 minutos de manga em desenho animado, até mais 1 hora de flash backs, mas pés?????? Ainda por cima destes.... (arrepio)! No entanto há que penetrar no imaginário do filme. Eram importantes estes pés quer no contexto argumentativo (são eles que resolvem muitos dos imbróglios que se seguem) quer estético! É que num filme de culto tens que ter elementos visuais chocantes e feios - os pés fazem esse papel, já que tudo o resto é belo!

Conclusão

É o grande filme de 2003 e a continuar neste ritmo, com a Part 2, vai ser com certeza um histórico de culto para os próximos 100 anos! 20 valores! PUM!

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