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sábado, janeiro 31, 2004

... reparei agora que não referi (no post imediatamente abaixo) o PCP! As minhas desculpas a quem se sentir ofendido. Mas não há nada a falar de novo sobre o PCP há muitos anos! Escusam de dizer agora, em jeito de vingança, que sobre o Benfica também não... cada um tem o seu clube, certo?
É mesmo para acreditar?

Ontem ouvi na TSF (há que verificar isso hoje no Expresso - podem rir todos à gargalhada e sincronizados, vá!) que mudanças abruptas no sentido de voto estão a acontecer em Portugal. Grande quebra do PP para 2%, grande subida do Bloco (mas não percebi para quanto). O PS tem 41% de intenções e o PSD+PP apenas 36%. Nada se disse do novo e que se prevê grande partido do Monteiro (podem aproveitar a continuação do riso da primeira frase deste post)! O que me confunde no meio de tudo isto são duas coisas. Primeiro, porque raio é que isto está a acontecer? O Governo (e respectivos partidos que o apoiam) não têm demonstrado (recentemente) serem piores que o que sempre foram! O PS não tem demonstrado (claro que existem uns analistas que gostam de discutir pormenores e que, portanto, defendem o contrário) ser melhor oposição e muito menos melhor partido para governar desde que Ferro Rodrigues assumiu a sua presidência. O PP (partido e líder) são iguais a eles mesmo... Portanto, o que raio está a acontecer? O povo português enlouqueceu, entrou em desespero ou pura e simplesmente (para cortar custos) o estudo de intenções de votos foi feito com menos entrevistas e com recém-licenciados? Claro que a subida do BE para além de saudável é profundamente merecida! Em particular Francisco Louçã tem conseguido ter a melhor presença mediática de qualquer político português sem abastardar a sua forma natural de estar, pensar e agir! Parabéns a ele! Quem aterre neste planeta e não conheça nada de política portuguesa diria que Francisco é o líder das oposição (portanto, do maior partido de oposição) em Portugal! Em segundo lugar, o que é que de facto isto interessa ao comum dos mortais? Com a legitima excepção do BE já referida, tudo isto, no panorama que vivemos (será geracional?) é como confundir (ou trocar) caca por ervinha de cheiro, ou vice-versa! É que o que precisamos é de facto uma de duas coisas: ou uma revolução, coisa que me parece complicada hoje em dia; ou uma pequena ajuda da economia internacional! Com uma retoma económica a sério (mesmo que, como é costume, haja sempre uns segmentos da população que sejam esquecidos...) os sorrisos voltarão e até a Ferreira Leite vai parecer simpática! Além disso, talvez o Durão a ponha a andar porque já não necessita do bicho-papão para obrigar os meninos a comer a sopa toda! Se isso não acontecer ainda este ano... pelo menos que o Sporting e o Porto percam vários jogos seguidos e o Benfica se sagre campeão nacional...

sexta-feira, janeiro 30, 2004

It’s the oil, stupid
Dois fachoblogs que muito aprecio (este espectador e este anti-surfista) fazem eco da nova conspiração segundo a qual Chirac teria sido subornado por Saddam. Gosto destes blogs, entre muitos outros motivos, porque adoram cabalas, excepto em Portugal, claro, onde isso é resultado de mentes delirantes. Reenviam os dois para o mesmo link do Washington Times. O Le Monde também escreveu sobre isso. De facto, o nome mais conhecido de político francês que aparece é o de Charles Pasqua, que já foi uma figura importante da direita francesa, mas que agora anda zangado com o Chirac. O pobre do Charles já desmentiu. Eu, claro, não acredito em nada do que diga este Pasqua, personagem aliás pouco recomendável. Acho muito mais piada às conspirações, por delirantes que sejam. Mas mais interessante que estas conversas de porteira é este artigo, também do Le Monde, onde se fala das vendas ilegais de petróleo iraquiano antes da guerra. Claro que também sei que o Le Monde está infiltrado pela Al Qaeda e que convém não acreditar em nada do que eles dizem. O Merde in France é seguramente muito mais fiável.

terça-feira, janeiro 27, 2004

Liberdade de expressão
A MoveOn.org era já uma das mais originais novas formas de intervenção política. Agora, esta malta da MoveOn, a que este chamaria vagabundos de Porto Alegre, embora os fundadores sejam mais do estilo Sillicon Valley, organizou um concurso de spots anti-Bush, destinado a videastas amadores. O anúncio vencedor (clicar aqui para a banda larga e aqui para a banda baixa), aliás bastante bom, deveria ser transmitido durante o intervalo do Super Bowl, o acontecimento televisivo que mais espectadores mobiliza nos US. Mas não vai, porque a CBS, que detém os direitos da transmissão televisiva do Super Bowl, censurou-o por ser demasiado "controverso". Já um spot da administração Bush vai passar, pensa-se por não ser "controverso". A MoveOn não está de acordo. Quem segue este blog sabe que sou alérgico a petições, mas quem não sofra desta minha estranha doença pode assinar aqui.
Féher
São as coisas da vida - e da morte. Mas não deixa de haver uma certa obscenidade, sem querer chegar aos extremos do Abrupto e do seu muito infeliz título (ver posts "Masturbação da dor"), na repetição até à exaustão daquela imagem de corpo desconjuntado a cair. Prefiro recordá-lo tendo na cabeça apenas aquele sorriso malandro, logo a seguir ao árbitro lhe ter mostrado o cartão amarelo. Parem aí. Chega.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Desculpem lá....

... sou do Benfica! E vou falar do Féher... Ontem estava a deitar os meus filhos no 1º andar e a Carla gritou: golo do Benfica! Lá vai o David escadas abaixo para ver a repetição... Voltei para cima porque a conversa sobre os Digimon não acabava... E a Carla grita: há um problema com um jogador do Benfica! Lá vou eu escadas abaixo e vejo, em primeira mão, a morte do Féher... Tenho a certeza que a primeira repetição é mais profunda que o directo. Porque no directo ninguém percebeu o que se passou. Na primeira repetição já todos percebiamos que algo estava a correr mal. A morte transmitida em diferido imediato custa a receber... O chorar dos colegas do Féher aumenta a angustia. E afinal, morrer num campo de futebol é algo contra-natura. E ainda dizem que Deus escreve por linhas tortas. Apresentem-me lá o ensaio teológico...

sexta-feira, janeiro 23, 2004

Bangs
O meu livro de cabeceira mais recente é a segunda compilação de artigos do malogrado Lester Bangs, o maior crítico de rock de sempre. Quem tenha visto Almost Famous, de Cameron Crowe, incidentalmente um dos meus filmes de culto, lembra-se de Philip Seymour Hofman no papel de Lester: era ele que dava os conselhos ao protagonista alter-ego de Crowe, adolescente candidato a jornalista da Rolling Stone. Cameron introduziu no seu filme autobiográfico a sua própria lembrança de Lester. Como Lester morreu em 1982, é óbvio que alguns dos artigos são datados. Mas o que entusiasma neste livro é a liberdade de tom com que Lester fala dos seus músicos e grupos preferidos (e dos seus ódios de estimação). Numa altura em que a crítica rock, se ainda existe, não passa muito da aplicação das estratégias comerciais das editoras, (re)ler Lester é não só refrescante, mas quase obrigatório. Só ele para anunciar uma banda perfeitamente obscura como a última grande esperança do rock, enganando-se redondamente, claro. Mais ninguém como Lester é capaz de incensar por exemplo um álbum dos MC5 para depois espezinhar alguns anos depois o mesmíssimo álbum, com o mesmo genuíno entusiasmo. E como é que Lester adivinhou que Exile on Main Street ia ser realmente o último álbum dos Stones? "Mainlines, blood feasts and bad taste" reúne textos publicados sobretudo na Rolling Stone , na Creem e no Village Voice. E é a ler de urgência.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Fairwell sweet prince
É certo que não é o príncipe da Dinamarca, personagem com outra espessura dramática, mas fiquei emocionado quando soube aqui que o príncipe da Noruega tinha andado a fazer surf em Peniche. À atenção destes senhores.

quarta-feira, janeiro 21, 2004

Papaguear por aí
Neste blog, a que cheguei por acaso, descobri a história do papagaio do Churchill e das injúrias dele aos nazis e ao Hitler. O que mais me impressionou foi a extraordinária longevidade do bicho: 104 anos! Ora isto abre todo um mundo de possibilidades para os políticos portugueses. Imaginem o papagaio do Soares debitando insultos ao Cavaco por mais um século ou o do Carrilho ao Guterres, enfim, as variações são infinitas. Como se pode ver neste artigo do Mirror, o bicho pode ainda ser visto numa aldeola do Surrey. Não se diz se eles o emprestam, mas que ainda dava um jeito do caraças, dava.
Diálogo Norte-Sul
Um dos privilégios de se viver num país frio é descobrir a existência de utilíssimos objectos de que até aí nem suspeitávamos a existência. Por exemplo, com temperaturas negativas importantes as fechaduras das portas dos carros podem gelar e não há maneira de se conseguir abrir a porta do veículo, o que não é nada prático quando na rua estão -8 C°. Mas esta rapaziada do Norte é inteligente e inventou um milagroso spray que é só a gente aplicar na dita fechadura e zás, a porta abre-se logo. Só ainda não percebi porque é que eles andam todos com estes sprays muito bem arrumadinhos dentro dos carros.

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Outro link
Dedicado especialmente ao Telmo, que eu sei que acompanha religiosamente este blog (como é obrigação dele). A Caderneta da Bola é um blog obrigatório cuja única fraqueza é a rarefacção de posts. Não acreditam? Vejam o último, de 28 de Dezembro, onde se ensaia uma explicação para a qualidade mais importante do verdadeiro n° 10: a voz.
Circo de Feras
Arrancou hoje o circo eleitoral americano, com as primeiras primárias. Como sabem, este sistema tão giro que ninguém percebe (muito menos eles próprios) tem dado origem a uma imensa série de livros e filmes, que nós europeus consumimos desenfreadamente. Lembrem-se por exemplo de Primary Colors, que até deu um filme com o Travolta. O que me leva à ausência de boa ficção política em Portugal (com a excepção, é claro, do Manuel Monteiro e da sua obra mais conhecida, Programa da Nova Democracia). Como hoje me estou a sentir generoso, divulgo aqui uma ideia que poderia dar uma boa ficção política à portuguesa. Seria assim: uma corajosa jornalista de um jornal de referência descobre que desde há longos anos crianças desfavorecidas colocadas numa instituição do Estado têm vindo a ser abusadas sexualmente por personalidades bem conhecidas da vida política e social do país. Como as primeiras revelações são explosivas, alguns dos visados, políticos sem escrúpulos, contratam um gang de ucranianos para a intimidarem. A nossa jornalista (se isto der um filme, proponho a Alexandra Lencastre para este papel) conta apenas com a ajuda de um intrépido juiz de instrução adepto do body building (o Virgílio Castelo, com a ajuda de alguns esteróides). Ambos conseguem escapar aos tenebrosos ucranianos (depois de uma épica perseguição automóvel pelas ruas de Alfama: seria fácil arranjar o patrocínio da Nissan graças ao Micra em que os nossos heróis se deslocariam) e revelar finalmente o escândalo ao mundo, não obstante as manobras de desinformação perpetradas por uma misteriosa organização secreta, conhecida apenas como "Os Cabalísticos" mas com enorme influência junto de políticos e jornalistas, desmascarando assim a enorme conspiração que corroía até aí os alicerces da democracia portuguesa.
Que tal? Original, não? Não? Pois, se calhar têm razão, terá que se arranjar qualquer coisa mais normal, senão ninguém vai acreditar. Talvez tirando os ucranianos e a perseguição automóvel fique mais fácil de acreditar...

sábado, janeiro 17, 2004

Special award
O Memória Inventada, simpática e generosamente, divulga o nosso pobre blog. Aproveito eu também para fazer publicidade, para os familiares e amigos que chegam ao Meridianos por obrigação e dever de ofício, a este óptimo blog. Que me perdoem os blogbusters que jogam na Super Liga Blog Energia e não contam portanto para este campeonato, mas este blog de referência, que se encontra, estranhamente, em Nova Iorque, bate claramente a concorrência aos pontos (ou aos contos?). A Memória Inventada conta com uma redacção de luxo e dedica-se a tornar a navegação bloguística uma acção exaltante. Como outros, mais qualificados que eu, tiveram já ocasião de referir, quase tudo o que sai no Memória tem uma qualidade literária superior à imensa maioria da produção livresca portuguesa. Alguém chamou já ao dono do Memória o Lobo Antunes da blogosfera. É injusto. Qualquer um dos cromos de Nova Iorque é melhor que os cus todos de Judas. Toda a Bela tem no entanto Senão: do ponto de vista da produção musical, disponível na secção “Canções de Quartzo”, o Memória pode melhorar! Descontada esta pequena fraqueza, que qualquer Trevor Horn ou Phil Spector pode resolver, só tenho a dizer: todos ao Memória já. Não gastem os vossos ratos neste pobre blog. Pronto: está dada a mensagem e reposta a justiça. E quanto ao jantar, espero pela retribuição em Nova Iorque (eh eh, quem era aquele gajo que dizia que não há almoços grátis?).
Como é que é?
Afinal tudo não passou de um equívoco. Provocado pelo excesso de consumo de substâncias ilícitas por parte dos protagonistas desta história?
Glen or Glenda?
Era um filme do saudoso Ed Wood, a que Tim Burton prestou homenagem num filme fabuloso. Caro David, um destes dias terás que nos contar a odisseia "Walter ou Wendy?". Ficamos à espera.
É o Fado!

Em jeito de contraponto barroco (ando a ouvir Bach interpretado ao Moog pelo Walter Carlos, ou antes, hoje, Wendy Carlos!), duas notas espicaçadas pelo AC.

Nota 1 - Ir a Marte antes (e hoje, mas provavelmente para uma vasta minoria) era partilhar do sonho de Carl Sagan e de Mr. Spock de, apenas, ir sempre mais longe! Hoje vai ser tratado como (e porque o será, de facto) um reality show! É a era Bushiana dos tempos modernos...

Nota 2 - Eu e o AC passámos o ano juntos. E combinámos que ele ia ver os bons filmes do ano e eu os maus! Assim foi, do primeiro bom já o AC falou. Do primeiro mau partilho a tragédia de sentir a meio do filme que devia estar noutra sala qualquer (preferencialmente uma de ópio, para esquecer...) mas de me obrigar a ficar... O Ultimo Samurai é um terrível erro, mas de equívoco não tem nada! Retiro o que disse à minha querida amiga e mulher do AC há pouco mais de duas semanas: o Tom Cruise não é bom actor!!! A forma e o conteúdo não chega a ser kitsh - é mesmo mau! Mas quem me manda a mim ocupar horas de almoço no cinema do shopping??? (e a aceitar acordos destes entre um copo de vinho e uma taça de champanhe?)

sexta-feira, janeiro 16, 2004

Lost in Translation
É o que faz as confusões dos Tops. Lost in Translation é um filme de 2003 que só agora chega à Europa. E pode-se dizer desde já que vai figurar no Top, seja de 2003 ou de 2004. Já se sabia, desde Virgin Suicides, que Sofia Coppola tinha de facto uma visão original e talento a rodos, mesmo se a ajudinha do papá pode ter contado. Com este segundo filme, tão bom ou melhor que o anterior, Sofia assume-se como uma das realizadoras mais interessantes do cinema actual. Lost in Translation é soberbamente filmado, tem no mínimo a melhor interpretação de sempre de Bill Murray (excelente actor injustamente subvalorizado) e revela-nos Scarlett Johansson, que já dá muito que falar e dará ainda mais. Atenção meus amigos, isto não é apenas mais um filme, é verdadeiro cinema e do bom. E para os que detectarem no filme um pequeno sabor a Wong Wai Kar, que fique claro: Lost in Translation é melhor, mas muito melhor, que In the mood for love.
Ministério da Saúde Vai Regular Prescrição Médica da Cannabis
Por acaso tenho andado a sentir-me algo adoentado…
Man on the Moon
Não, não é um post sobre o Andy Kaufman ou os REM, que até o mereceriam (lá chegaremos). Trata-se, claro, de saudar o discurso visionário do George W., que vai procurar as armas de destruição massiva na Lua, já que no Iraque nem com a ajuda do Lamego ele as consegue encontrar. Independentemente do timing do anúncio, a que não será estranha a proximidade das eleições, gostei de o ouvir. Qualquer fan de ficção científica, como eu, gosta da ideia de conquista espacial. Se há aliás previsão onde os clássicos escritores de Sci Fi dos anos 50 se enganaram, foi na amplitude da conquista espacial. Não foi culpa deles. Lembrem-se que uma dezena de anos foi suficiente para passar do primeiro satélite ao homem na Lua. Com um tal ritmo, tudo levava a crer que a chegada a Marte fosse caso arrumado em outra dezena. As coisas não se passaram assim, por uma série de motivos. O progresso tecnológico virou-se para outras direcções, quiçá (adoro esta palavra) mais rentáveis. Continuo no entanto a pensar que a conquista espacial é uma ideia mobilizadora que será, quem sabe, a solução para os problemas demográficos e energéticos. Muito mais importante que isso, tem uma força simbólica enorme e faz o Homem acreditar nas possibilidades infinitas ao seu alcance. Espero agora apenas que para a futura base lunar sejam escolhidos fatinhos mais engraçados que as farpelas deliciosamente kitsh do Martin Landau e da Barbara Bain no Espaço 1999. A Fátima Lopes deveria começar a pensar no assunto.

quarta-feira, janeiro 14, 2004

Vinil

Tenho uma paixão pelo vinil. O AC já o sabe e agora é público. Por variadíssimas razões. Por nostalgia pois claro. A minha iniciação musical foi feito entre o vinil e a K7! Por uma (será mesmo?) sensação de maior realismo no som. Porque as capas são lindíssimas. Porque se consegue ler tudo o que lá vem, mesmo nas capas mais pequenas. Porque os ruídos ou os saltos na audição me dizem que aquilo existe mesmo e não é apenas um conjunto de uns e zeros. Porque hoje quem ouve em vinil é uma minoria - e eu sempre preferi as minorias. Porque as pessoas se querem despachar dos vinis e eu por sorte fico com eles - gratuitamente ou a um preço simpático. Porque livros e filmes como High-Fidelity só se poderiam basear em discos de vinil. Enfim... penso que já perceberam...

No Natal um primo meu resolveu esvaziar a sua discoteca de vinil e ofereceu-me uns 30 lps que por lá tinha! Tenho ouvido esses lps nos últimos dias. Um deles é a banda sonora de Jazz Singer, um filme péssimo dos anos 70, que tem como actor principal (e autor da OST) o repelente Neil Diamond. Tem aquela musica lendária de Diamond - Love on the Rocks. Hoje quando ouvi esse disco cheguei à conclusão (um pouco anti-natura, concordo) que apesar de ser em vinil, esta música continua a ser a mesma bosta, tal como o filme! Se fosse o MEC dava-lhe um balde. Como sou eu, dou-lhe dois, um para o Neil Diamond e outro para o MEC! Pum!
Claro que John Cage não é rock progressivo! No entanto, quando falamos de um "universo progressivo" com certeza que John Cage ou Terry Riley por exemplo, farão parte dele... Etimologicamente falando, claro!
45’
Outro post musical: parece que os Delfins editaram uma colectânea de velhos êxitos em 2003. Alguém me disse, e eu concordo, que se trata de uma boa notícia. Repare-se que eles não editaram nenhum álbum de originais em 2003. Isso sim, seria uma péssima notícia.
4’33
O Público dá a notícia: a composição de John Cage 4’33 vai enfim ser interpretada, como merece, pela Orquestra Sinfónica da BBC. Saibam vocês, ó massas ignorantes, que esta composição, para nenhum instrumento ou combinação de instrumentos, consiste em 4 minutos e 33 segundos de silêncio completo. Melhor ainda: a BBC vai transmitir a obra em directo pela rádio, o que obrigará aliás, segundo o Público, a cortar o sistema de emergência que é activado em caso de silêncio prolongado durante a programação. O David dirá que isto também é rock progressivo. Eu digo que sempre é melhor que 4 minutos e 33 segundos dos Pólo Norte. Entretanto, regalem-se os fans de John Cage, como o Memória Inventada, um dos meus blogs favoritos: todos aos gravadores para registar este momento inesquecível.

terça-feira, janeiro 13, 2004

Farpas

Cuidado amigo AC com as farpas ... é que elas, como as canas dos foguetes, vão parar onde menos imaginamos... É que a economia é uma ciência (eu de facto, como economista, penso que é mais algo entre ciência e arte, mas enfim...) que tem sido usurpada por uns e outros (incluindo o povo do autocarro), abusada e mal tratada por apetências diferentes da gestão e, passe o pleonasmo, da economia... Previsões são com outros (tarólogos ou políticos, seja qual for a formação académica de base)... nós os economistas limitamo-nos a observar e (quando nos deixam) mexer em algumas alavancas... Pouco mais... É que o que os economistas de facto sabem é de matemática - que fique claro. Quando todas as variáveis são conhecidas (quer o seu grau de correlação, quer o seu inventário e tendência) então podemos prever. O problema é que essas variáveis são influenciadas por outras e por aí fora... portanto, quando um economista diz que prevê que qualquer coisa aconteça, de facto apenas o deseja, com o único objectivo de demonstrar que sabe prever... o que é falso, como é óbvio! Mas quer queiramos quer não, não vamos crescer 5% este ano - ver post abaixo! Apesar de todas indicações em contrário eu posso confirmar essa minha previsão.

E chega de enrolanços - já me sinto um Saramago no labirinto com o Minotauro... Ufff!
Especular em Portugal

Vejam bem o seguinte. Parece que este ano vai ser magro e avaro em feriados e oportunidades de pontes... Não verifiquei (falta-me esse espírito de minucia eu sei) mas serão, sem grande dificuldade, mais de 5 dias a menos de feriados este ano versus 2003. Como qualquer pessoa normal ao pensar nisto imediatamente pensei: aqui está a oportunidade de ouro da economia (e da sociedade, por arrasto) para se reposicionar... Menos feriados, ano bissexto (com mais um dia que os outros), início da recuperação económica... agora é que ninguém nos agarra! Meia dúzia de contitas de merceeiro nos dizem que só pelo efeito do maior número de dias úteis o nosso PIB deveria crescer este ano em redor dos 2.5%. Se lhe juntarmos uns pozitos de recuperação económica, umas exportaçõezitas (de produtos e serviços, ajudadas por exemplo pelo Euro 2004), e uma motivaçãozita adicional que, como todos sabemos, ajuda a produtividade... estariamos perante um crescimento em redor dos 5%! Esta era a nossa oportunidade de liderar! Finalmente!

Mas... não vai ser assim. A Ministra das Finanças, o Banco de Portugal e as diversas instituições internacionais (europeias e outras), já nos fizeram o favor de nos gerir as expectativas... Em 2004 o crescimento não ultrapassará os 2% e muito provavelmente estará mais próximo da unidade.... Mas o que se passa???

Nada de especial... somos portugueses... Temos mais dias de trabalhol? Este ano decerto vai haver um surto de gripes para compensar os menos dias de feriados... Ou então... "querem que trabalhemos mais dias? então tá bem, mas trabalhamos mais devagar...".

Que sorte malvada! Será que me enganei nas contas ou me enganei no país?
Economical Mistery Tour
Até agora só tinha ouvido falar da maneira como a economia mundial estava prestes a recuperar graças à economia americana, que funciona como motor para todas as outras, blá blá, blá. Entretanto, este artigo do Courrier International – que cita o NYT e o Washington Post – e este relatório do, imaginem, FMI, dizem para os US terem cuidado porque a continuar com um défice comercial e uma dívida externa abissais tudo poderá cair como um castelo de cartas. Diz o Courrier International que até poderemos ter um cenário tipo Argentina. Eu, que não sou economista, quero desde já aqui deixar bem claro que não acredito no FMI, pelo menos desde aquela canção antiga do José Mário Branco. Fico portanto à espera que o David, com a sua habitual sapiência, nos demonstre porque é que isto não se vai passar assim (embora, como se sabe, a Economia seja a ciência que explica porque é que as coisas não se passaram como previsto e não o inverso).

segunda-feira, janeiro 12, 2004

Efeméride atrasada
Foi sábado, dia 10 de Janeiro: Tintin fez 75 anos.

quarta-feira, janeiro 07, 2004

Heróis americanos (3)
Enquanto o David não se resolve a sair do torpor natalí­cio e a postar um pouco, aproveito para deixar mais umas notas sobre os heróis americanos. Em rigor, Indiana Jones não é um herói americano. Qualquer antigo leitor de Salgari, por pouca memória que tenha, o reconhecerá. Se o incluo nesta lista, é não tanto por vir de Hollywood, mas por representar o canalha descomplexado mas de bom coração que pilha os túmulos antigos mas acredita que as peças devem estar no museu e não enriquecer colecções privadas, sem sequer suspeitar da contradição entre tal crença e a maneira de lá chegar. Só um americano o poderia fazer. Lembram-se da nacionalidade do grande inimigo de Indiana em "Os Salteadores da Arca Perdida"? Francês, claro! Não havendo nada de novo em Indiana - Salgari, como se disse, mas também os pulps dos anos 30 e 40, os serials televisivos dos anos 50 e, para a caução cinematográfica, dois filmes bem conhecidos de Fritz Lang (este e este) - é seguro que ele marcou uma época no cinema e não só. Comprei obviamente o DVD que saiu recentemente. E rever Indiana Jones é reconhecer imagens que vimos depois imitadas mil vezes. Desde logo, claro, Lara Croft. Mas também "A múmia", versão moderna, que deve mais a Indiana que a Boris Karloff. Para além do facto de, como todos os heróis, Indiana ser frágil: tem medo de cobras e, muito pior, um problema não superado com o pai.

terça-feira, janeiro 06, 2004

Sugestões iraquianas
Durante as férias natalícias, reparei que o José Lamego publica em Portugal (mais precisamente no Expresso) um diário, que aliás li com interesse, sobre a sua missão no Iraque. O Dr. Lamego descreve a sua vida aventurosa, mas, convenhamos, um pouco burocrática, nas areias de Bagdad. Ouso aqui propor-lhe uma maneira de tornar mais produtiva a sua etapa iraquiana. Seguindo o exemplo dos bombeiros de Lamego, que alugavam o helicóptero para passeios turísticos, talvez o Lamego (José) possa arranjar um Black Hawk para uma iniciativa semelhante. A criatividade portuguesa, como sabemos, não tem limites. Nem o nosso espírito Oliveira da Figueira, aquele personagem português do Tintin, que conseguia vender areia no deserto. Acresce que o Iraque está cheio de pontos de interesse turístico, como por exemplo o buraquinho (salvo seja) do Saddam.
Regresso
Recomeçou em Portugal. A melhor série, com os Sopranos, dos últimos anos.


segunda-feira, janeiro 05, 2004

Professor Queiroz
Por falar nele, e já que estamos em maré de futebol, onde é que a gente pode encontrar a tese de doutoramento deste grande teórico da redondinha, que, disse-me um amigo, leva o simpático título "Da metodinâmica da concepção e execução dos lances de bola parada (exceptuando o penalty)". Parece que ele a escreveu durante aquela célebre época em que conseguiu não ganhar o campeonato com a melhor equipa que o Sporting teve nos últimos trinta anos, feito sem dúvida assinalável.
Derby
Quando fizemos uma antevisão do derby, o David, que é benfiquista, disse logo que o Sporting ia ganhar. Eu, que sou sportinguista (e anti-Fernando Santos), respondi que nem pensar, que íamos perder em grande estilo. Comprovou-se mais uma vez que o David percebe muito mais de futebol que eu. Deixo-lhe aqui a minha homenagem, extensível a dois intervenientes no jogo de ontem: o Silva, que demonstrou finalmente qualidades insuspeitas na modalidade de mergulho, a que não será estranha a convivência diária com esse outro monstro desta simpática modalidade, o João Vieira Pinto; e o Camacho, que numa jogada táctica de inspiração "queiroziana" (lembram-se do célebre 3-6 de Alvalade, quando o "professor" inventou que uma equipa de futebol não precisa para nada de um defesa esquerdo?), tirou o Sokota, que estava até esse momento a ser o melhor jogador do Benfica, para meter um jogador, conhecido por "menino do Rio", cuja habilidade mais conhecida é namorar a filha do Carlos Cruz (por favor, nada de piadinhas fáceis sobre "cruzes" e "meninos", ok?).
We are back!
Pois é: regressámos! Feliz Ano Novo!

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