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sexta-feira, novembro 28, 2003

Superpiloto
Agora verdadeiramente habilidoso foi o piloto do Air Force One. Aterrar em Bagdad sem luzes?? Tragam já esse gajo para a TAP para fazer a linha do Funchal.
SuperBush
O J. Pereira Coutinho já deu o devido relevo a este acto de coragem. Por mim, apraz-me registar que os neocons mantêm essa grande tradição da política americana "pura", como ele diz: a um ano das eleições, vale tudo. Quanto à inteligência do Bush, sublinhada por JPC, estou de acordo: o Karl Rove é realmente uma máquina.
0-3
Voltámos à normalidade. E isso, de certa maneira, é reconfortante.

quinta-feira, novembro 27, 2003

Tensão
A situação no Iraque continua tensa. Penso que um dos grandes motivos se prende com uma ausência de visão estratégica aquando da formação do tal conselho de Governo iraquiano. Lembrem-se que se pensou na altura num exilado iraquiano, o Sr. Pashashi, para chefiar este Governo. Os americanos acabaram por recuar e nomearam um outro tipo. O que demonstra uma gritante inabilidade dos falcões do Pentágono. Que melhor para aliviar a tensão daquele povo tão martirizado que um bom e sólido Pashashi?
Sous les pavés la plage
Tenho seguido, embora sem grande atenção, desde já me penitencio, as lutas e greves estudantis em Portugal e em França. Se ainda consigo identificar algum sentido nos protestos dos estudantes portugueses sobre as propinas, confesso a minha total incompreensão sobre as razões dos estudantes franceses para estarem zangados com o projecto do ministro Ferry (assim uma espécie de Carrilho menos bárbaro, if you know what I mean). A grande inovação do projecto é, vejam lá, a harmonização dos diplomas universitários franceses com os restantes diplomas europeus. O que, na minha visão, talvez errada, das coisas, só trará vantagens. A minha geração, que acabou a faculdade quando Portugal dava os primeiros passos na Europa comunitária, foi sem dúvida vítima da total confusão dos diversos diplomas universitários existentes e da ausência de reconhecimento mútuo dos vários títulos universitários susceptíveis de ser obtidos em países diferentes. A harmonização contribuirá para uma maior e melhor circulação dos jovens universitários e recém licenciados em toda a Europa e só favorecerá o emprego, bem como a pesquisa e investigação e, logo, o desenvolvimento. Só concebo portanto esta luta estudantil dos estudantes franceses como actividade lúdica. No fundo, eles estão a praxar o ministro. O que talvez nem seja má ideia.
Tchim tchim
A agência France-Presse divulgou entretanto, já a semana passada e citando a agência noticiosa russa, a Itar-Tass, uma notícia que não terá merecido o devido relevo dos nossos tablóides, perdão, jornais. Com efeito, o ministério público de Volgodonsk, no sudoeste da Rússia, acusou de homicídio involuntário os organizadores de uma "maratona de vodka", que decorreu naquela cidade. Os participantes tinham vários barris à disposição e serviam-se em copos de meio litro (uma pint). O vencedor, infelizmente, faleceu antes de poder receber o prémio (dez garrafas de vodka, claro). Cinco dos participantes tiveram que ser internados de urgência no hospital local. Há pelo menos dois pontos interessantes nesta notícia. O primeiro é que os russos, desde que deixaram de ser uma grande potência, andam de facto muito fraquinhos. A notícia não esclarece com que quantidade de vodka no bucho acabou o malogrado vencedor. Seja como for, o homem finou-se. E isso é de fracos. Desde quando os nacionais da Grande Rússia se deixam assim abater por alguns litros de vodka? Como diria o Pipi, coisa de rotos. Os chechenos vão decerto aproveitar esta janela de oportunidade (como se diz agora) para vencer a guerra (se houvesse uma guerra na Chechénia, claro, todos sabemos que se trata apenas de uns terroristas inconformados, como dizem os russos e acabaram por confirmar os americanos, desde o início da guerra no Iraque). Basta inundar os russos de vodka e tá no papo. O segundo ponto importante desta notícia é que a agência Tass tem agora despachos muito mais giros que nos tempos soviéticos. E isso é de saudar. Vai uma vodka?

quarta-feira, novembro 26, 2003

Fecho
E pronto, como posts sérios chega por hoje.
Geórgia on their mind
A Geórgia é um exemplo interessante. Uma das repúblicas mais prósperas nos tempos soviéticos passou a ser um dos países mais pobres da Europa. No entanto, Tbilissi tem várias lojas de luxo, um imponente (e caríssimo) Marriot numa avenida nobre e nas ruas largas e sujas é normal encontrar, lado a lado com os velhos Trabant e Lada, luxuosos Mercedes e BMW. A Geórgia nunca se conseguiu libertar dos velhos hábitos soviéticos de corrupção. Só a dimensão mudou. Passou a fazer-se em grande escala e relativamente às claras o que se fazia em segredo e a uma escala menor. Foi o que abriu caminho à derrocada económica e logo à queda de Chevardnaze, e ao aparecimento de jovens liberais formados nos Estados Unidos, mas que curiosamente, ou talvez não, têm um discurso muito próximo do pior nacionalismo. Será interessante ver o que vai suceder na Geórgia, onde toda a gente aposta no famoso oleoduto que, diz-se, trará riqueza e prosperidade ao país. Suficiente para despertar o interesse de russos e americanos, que aliás estão (ambos) em força na Geórgia. Para já, segundo parece, nem dinheiro há para organizar as eleições presidenciais prometidas pelos novos líderes. Segundo a France-Info, os funcionários públicos, cujo salário médio é de 15 € mensais, não recebem há seis meses (por outro lado, correm rumores que Chevardnaze terá comprado uma mansão em Baden-Baden, Alemanha, por 11 milhões de €). O problema seguinte será solucionar os múltiplos separatismos (Abkházia, Adjária, Ossétia do Sul) que corroem o país. E isso será ainda mais complicado.
Östalgia
Vi finalmente "Goodbye Lenin", a primeira comédia da história do cinema alemão (pois, que muitos defenderão que dizer "comédia alemã" é já uma contradição intrínseca). É uma comédia simpática, que consegue aliás ultrapassar a mera "Östalgia", se me é permitido aportuguesar este intraduzível termo, que está muito na moda na Alemanha, e dar-nos um retrato sensível e sem maniqueísmos espúrios da complexidade dos sentimentos dos cidadãos da ex-RDA no contexto da conversão rápida ao capitalismo. Se a RDA teve aliás a sorte de contar com o apoio sem limites da irmã desavinda, muito graças ao empenho do então chanceler Kohl, um dos últimos grandes estadistas europeus, as repúblicas ex-soviéticas, pelo contrário, tiveram (e têm) de enfrentar quase sozinhas as incertezas do futuro democrático. Na maior parte delas, o capitalismo selvagem e galopante, que deixou por vezes parcelas importantes da população numa miséria maior ainda que nos tempos do comunismo, convive alegremente com a herança soviética, nomeadamente a corrupção desenfreada e o culto da personalidade. Não será portanto de estranhar que de vez em quando lá apareçam vozes, mais ou menos isoladas, reclamando o regresso do comunismo. Claro que o comunismo acabou, e não voltará, mas estas ideias deixam o caminho aberto a todos os populismos bem falantes que um dia se apresentem com ideias atractivas. Só o desenvolvimento económico sustentado que beneficie toda a população, e não apenas o enriquecimento dos novos apparatchicks, poderá fazer evoluir a situação. E aí o "Ocidente", e nomeadamente os Estados Unidos, vencedor incontestável, e incontestado, da Guerra Fria, tem um dever moral enorme.
Correio dos leitores
Temos mais dois leitores (o que, em si, é já uma notícia, mas enfim, são família por isso são quase obrigados a ler-nos) que nos enviaram uma mensagem simpática agradecendo os momentos de "boa disposição". Ora, anda aqui o pessoal do Meridianos a tentar despertar as consciências para temas tão sérios e importantes como a possível morte do rock progressivo e a consistência da teoria das 70 virgens na teologia muçulmana e estes leitores preocupam-se com a "boa disposição"! Para verem como é que é, prometo fazer ainda hoje dois posts sérios. Enquanto esperam, podem continuar a enviar elogios desvairados ou insultos rasteiríssimos para meridianos@sapo.pt.

terça-feira, novembro 25, 2003

Então você não vê que enquanto os aliados franceses, espanhóis e ingleses querem se vir embora do Iraque é que nós mandamos tropas pra lá? - ouvido na 3ª repartição de finanças de Almada enquanto esperava calmamente que a minha vez chegásse! Já o Aleixo praticava - a sabedoria popular (podem ser azares, mas pronto) tem muito que se lhe diga...
Avanço democrático
Quando os chineses começarem a ter tatuagens com o nome deles escrito no nosso querido alfabeto, aí sim, terá sido dado o grande salto em frente.
AGRADECIMENTOS...
A um dos nossos blogs de referência, obviamente o Blog de Esquerda, assim uma espécie de pai de 70% da blogosfera, que simpaticamente deseja as boas vindas ao Meridianos, dizendo mesmo que somos muito "recomendáveis". Obrigado, Zé Mário.
25/11
E para que não se diga que o Meridianos não liga a efemérides, aqui fica assinalado o vigésimo-oitavo aniversário do 25 de Novembro. Remetendo-se para o que sobre o tema diz o Dicionário do Diabo. Aliás, o desvelo com que a Direita comemora esta data não deixará nunca de me enternecer.
Aqui vai mais um link para um site (desta vez uma secção de um blog) sobre progressivo!

O blog é o excelente Tenda dos Índios.
Peticiona, filho, peticiona ...
Hoje o Barnabé divulga mais umas petições on-line, desta vez a propósito de uma outra petição, que pede a inclusão de uma referência ao cristianismo no preâmbulo da Constituição europeia. Isto está a tornar-se mais grave do que eu pensava. Esta doença das petições é pelos vistos contagiosa e começa a ser muito difícil de controlar. Eu já tinha avisado sobre os perigos desta doença que aparece subitamente e à má fila para transformar o mais honesto e pacato cidadão em máquina de peticionar. Penso que a solução estará em fazer mais uma petição para acabar de vez com as petições e... espera aí, mais uma petição? Estou desgraçado: fui contagiado! Arrghh ...

segunda-feira, novembro 24, 2003

A culpa é do macaco
Para voltar a esta boutade do Pedro Lomba, sobre a culpa dos pacifistas (passo a citar: "Os pacifistas têm a sua culpa. Foram eles que levaram os americanos a esta inconstância argumentativa. Se a esquerda pacifista não fosse tão desconfiada dos motivos dos americanos, era provável que os americanos não tivessem mentido. Espero que os americanos aprendam a lição. Não é bom ser influenciado por um pacifista."), faz-me lembrar aquela decisão de um tribunal português que absolveu um nosso compatriota que vinha acusado de ter violado uma turista sueca ou inglesa, pouco importa, considerando que a turista em questão não podia vir impunemente passear-se em mini-saia na coutada do macho lusitano sem se arriscar a que lhe acontecesse o que lhe aconteceu. É que um homem, e a fortiori um americano, não é de ferro.

Como dizia ontem, o Rock Progressivo não morreu! Acrescento - está mais vivo do que nunca, só que (graças a Deus!) longe dos olhos do "grande público". É como que mais uma grande elite :-) Mas para deixar algumas pistas, aqui vão 3 sites PORTUGUESES sobre rock progressivo: Portugal Progressivo Associação Cultural, progcds e Portugal Progressivo (que não é da PPAC!).

Boas pesquisas, leituras e audições.
Gostei
Da petição que um dos barnabés tomou a iniciativa de criar, depois do Pedro Lomba ter escrito no DN que quanto à guerra do Iraque "todos" mentimos. O barnabé em questão diz que não, que ele não mentiu e vai de fazer a petição, destinada a todos que se queiram demarcar daquele abrangente "todos" do Pedro Lomba. Eu não vou assinar a conselho médico (sou alérgico a petições), mas também não me lembro de ter mentido sobre a guerra no Iraque.

domingo, novembro 23, 2003

O ROCK PROGRESSIVO NÃO MORREU!
Voltarei ao tema em breve.

sábado, novembro 22, 2003

Pessoal que deveria ter um blog e não tem (1) Erratum
Afinal a Raquel tem um blog: chama-se 24 Horas.
Pessoal que deveria ter um blog e não tem (2)
Fernando Santos, treinador do Sporting
Pessoal que deveria ter um blog e não tem (1)
Raquel Cruz
Protesto
Tenho a felicidade (ou talvez não, tudo depende da perspectiva) de trabalhar num daqueles edifícios oficiais que atraem as manifestações como o mel. Periodicamente, lá aparece mais um grupo com uma reivindicação qualquer. Todavia, quem mais desperta a minha curiosidade são os manifestantes individuais. Vocês sabem, aqueles que chegam com cartazes, que se instalam à frente do edifício e gritam a sua desgraça ao mundo. Por exemplo, temos um que abancou há uns meses aqui à frente. Montou uma tenda num espaço verde do outro lado da rua e é aí que vive. Recusou a sugestão de ser instalado num lar dos serviços sociais, que desejavam sobretudo protegê-lo do Inverno rigoroso deste meridiano. Esta semana uma mulher acorrentou-se às grades exteriores, que dão para o pátio da entrada. Jovem, elegante, bem vestida, longe dos critérios físicos estereotipados que denunciam, diz-se, a irremediável loucura de um ser. Tinha, como sempre, uns cartazes que vi de relance. Uma filha de quem está separada, parece, resultado, obviamente, de uma enorme injustiça qualquer. Quando passo por estes manifestantes, lembro-me do título de um filme de Marco Ferreri, que se chamava "Contos da loucura normal" (só o título é relevante para o que me ocupa agora). Que ínfima centelha transforma um cidadão cumpridor das suas obrigações sociais, mais a sua vida corriqueira, em manifestante convicto e exaltado? Como é que aquela pessoa, que diríamos a todos os títulos "normal", decide acorrentar-se assim? E, mais angustiante, quem está mais vivo, eu ou ela? Não sei responder a estas perguntas. Só sei que quando passo por estas pessoas, encaro-as por um segundo antes de desviar o olhar e seguir, quase envergonhado, o meu caminho sem pensar em mais nada. A não ser talvez no frio que está hoje.

sexta-feira, novembro 21, 2003

Desafio
Por falar em punk, em morte e em Chick Corea, ainda estou para ver até quando o Meridiano de Lisboa, meu camarada de blog, vai resistir a proclamar aqui, alto e bom som, que o rock progressivo ainda não morreu. Podem crer, ele tem umas ideias sobre o assunto. Com um bocado de sorte, talvez tenhamos até uma boa polémica. Sei que andam por aí leitores que aguardam apenas a oportunidade ideal para inundar o nosso mail de mensagens indignadas.
Punk is not dead
Segundo um dirigente federativo, a destruição dos vestiários franceses pelos jovens jogadores portugueses até nem foi assim tão terrível. Afinal, a sanita estava intacta. Terá sido por respeito?
O Chick Corea esteve em Portugal na 4ª feira passada. Passou (um pouco mais pesado é certo, mas com a sempre boa disposição e estilo que o caracterizam) pelo CCB para gáudio de uma sala cheia e por vezes vibrante (ou pelo menos segmentos dela). Tocou-nos (com uma excelente banda) um pouco de tudo. Desde coisas velhinhas dos Return to Forever (e que nos fizeram sentir saudades da voz de Flora Purim, em vez da "vozita simpática" da sua querida esposa...), passando por standards e até chegando a duas musicas (uma delas ainda sem título) compostas nas ultimas semanas... Estas ultimas deixam-nos a segurança que o génio não tem mesmo idade. O novo tema "Carroussel" foi o que mais me tocou por isso mesmo. É novo (de semanas) mas é cheio, divertido, profundo, melódico, tudo aquilo que caracteriza a musica do Chick Corea e, além de todos esses adjectivos, com imensa energia! Portanto um muito bom concerto (já é o segundo do ano nas fronteiras do jazz/fusão - o outro foi o encontro maravilhoso de Pat Metheny e Charlie Haden na mesma sala!).

No entanto, queria deixar-vos aqui um outro sentimento ("feeling"? "swing"?) que muitas vezes sinto quando vou ao CCB. Parece que metade daquela gente vai lá só por ir. Por simpatia pelo sucesso ou pelo glamour. Porque recebeu um camarote gratuito de um fornecedor. Ou porque fica sempre bem no dia seguinte comentar. Isso sente-se particularmente em espectáculos algo elitistas (um não elitista será por exemplo um concerto do Rui Veloso) em que quem a ela não pertence não vai sentir (naturalmente) nenhuma sensação particularmente emotiva e, portanto, não a transmite. Deixando uma sensação de muitas palmas e pouco calor. Provavelmente estou a exagerar e a erguer-me à posição de arrogante intelectual, avesso às massas. Só que neste caso as massas são de outro tipo. Talvez também tenha sido por ter ficado num camarote dois numeros antes do do nosso Primeiro-Ministro (ele gosta de jazz????) e detestar ir à casa de banho com os olhos dos seguranças sempre atrás de nós como se fossemos psicopatas esperando a melhor oportunidade para oferecer um aquário ao Zé Manel.


É melhor mesmo não dizerem nada nem ao teu filho nem aos meus todos... Aliás aqui em família temos passado uns belos fins de semana, ora em casa, ora no cinema, a divertirmo-nos à grande com "os" Matrix, "os" Senhor dos Anéis e até fomos à origem e revimos o Enter the Dragon (o filme épico do Bruce Lee) e o Fury of the Dragon, segundo sei obra póstuma e que nos transporta para as séries de aventuras dos inícios dos anos 60... Agora só falta atacarmos as caixas de O Santo e do Espaço 1999! E a chuva que cai até ajuda...
Até à vitória final
Como prometido, e mesmo que ninguém dê um tusto pelas minhas opiniões (fazem vocês muito bem, leiam mas é o Eurico de Barros), venho então dar as minhas impressões sobre o "Matrix Revolutions". Contrariamente ao "Reloaded", até ia com um bom estado de espírito quando cheguei ao cinema: fui com o meu filho, grande fan matrixiano, e não queria começar logo a dizer mal. Uma hora e meia depois, vejo-me obrigado a reconhecer: o genérico inicial é muito giro! A partir daí, a coisa piora. É verdade que os irmãos parecem um pouco mais calmos: a orgia pirotécnica é menor que em "Reloaded". Mas a indigência do argumento não ajuda. Quanto aos actores, o Keanu é igual a si próprio e ainda bem, porque quando melhorar a gente vai estranhar. O Hugo Weaving limita-se a passear a sua classe, embora, coitado, seja agora não mais que um vírus: o Agente Smith.exe! O filme melhora bastante, claro, quando aparece a Monica; infelizmente, é por pouco tempo. O combate final(?) Neo v. Smith é uma "singela" homenagem aos manga, que toca pela sua simplicidade e despojamento. Aliás, esta luta final(?) é um momento importante da filosofia global matrixiana, tão incensada pelos fans; é nesse momento que o espectador alcança a verdade das verdades fundamentais: quem anda à chuva molha-se! Mas o pior de tudo é aquele jeito malandro e requentado de acabar o filme a postos para mais uma sequela: se agora até as trilogias começam a ter sequelas, onde vamos nós parar? Pois é, meus caros. O primeiro "Matrix" bastava-se a si próprio. Era verdadeiro cinema e do bom. O que se seguiu infelizmente não. Mas não digam nada ao meu filho…

quinta-feira, novembro 20, 2003

Black Hawk Dawn
Lido hoje, totalmente por acaso, na revista boa mais reaccionária que conheço (The Spectator, obviamente):

"A palace source says that White House security men wanted a Black Hawk helicopter, identical to the gunships used in the Gulf war, hovering above the palace throughout the period of the presidential occupation, ready to shoot down with awesome fire-power any suicide bomber or terrorist seeking to crash a plane into Buckingham Palace. The Queen rejected the idea on the grounds that it would be ‘too noisy’."
Peter Oborne

Esta Rainha é uma querida!
Reload
Aqui há uns tempos o Blog de Esquerda fez o obséquio de publicar um pequeno texto que eu tinha feito sobre o "Matrix Reloaded". Rezava assim:
"Matrix Reloaded : Ctrl+Alt+Del ? Hoje, com a vossa amável permissão, cinema, pois fui finalmente ver o Matrix Reloaded. Pois é. O Espigas já o adivinhara. Parece que está na moda dizer mal do Matrix Reloaded. Não sei se está se não mas se está, permita-se-me dizer: com razão, que ele merece. É verdade que o Matrix original deixara a fasquia muito alta. A sábia mistura, em doses certas, de ciberliteratura e kung-fu, mitologia e Rage Against The Machine, polvilhada de inovações visuais e efeitos choque, funcionou como um murro no estômago. Tínhamos filme e realizadores, como de resto "Bound", excelente, já deixava adivinhar. Como resolver pois a equação, sobretudo depois de um número infinito de filmes, sérios e menos sérios, terem repetido e imitado até à exaustão as inovações matrixianas? Os irmãos resolveram-na pela surenchère: mais kung-fu, mais bullet time, mais explosões e, ó miséria, mais filosofia de bairro. Onde o Keanu, talvez o actor mais inexpressivo do mundo, encaixava por isso mesmo perfeitamente no primeiro Matrix, agora até mete dó vê-lo a olhar para a Carrie Ann com aqueles olhinhos que se pretendem apaixonados. Onde as cenas de kung-fu, sobretudo o épico combate no metro com o agente Smith, nos cortavam a respiração, agora adormecemos enquanto os 150 clones Smith (diga-se de passagem que Hugo Weaving é excelente) apanham porrada até dizer chega do Keanu. E depois o cúmulo: a rave em Zion, se bem que inspirada, quer-me parecer, na já célebre cena da orgia de "Eyes wide shut", é mais anúncio ao Martini que verdadeiro cinema e chega a ser francamente ridícula. Mas, esperem, há pior. O Lambert Wilson?!? Às vezes, o cabotinismo até pode ser giro, mas há paciência para aquele overacting perfeitamente anormal do pobre Lambert? Quanto à Monica, passeia a plástica, o que já não é nada mau. Resta a sequência da auto-estrada, sem dúvida tecnicamente irrepreensível e visualmente poderosa. Mas lá chega o Keanu, que até já voa à Superman e tudo, com o bracinho esticado, para salvar o pessoal. Infelizmente, não salva o filme. Não se pode fazer reboot?"
Agora que o "Revolutions" saiu, sinto-me obrigado a dizer o que penso sobre ele. Em breve, num blog perto de si.
Depois dos comentários do meu amigo AC abaixo, não poderia deixar os nossos dois leitores sem a origem de parte do seu comentário. Aqui vai (sob natural autorização) o texto original da nossa leitora que se quer esclarecida.

"Booooa!... Um Blog familiar!
O que é um blog?
É engraçado.... Em Setembro, mais precisamente no seu dia 3, fui à minha
Terra Natal passar 15 dias de férias e quando regressei a Portugal, dou de
caras, ou de ouvidos, nas rádios televisões e conversas de trabalho e de
amigos, com o BLOG... Todo o Mundo falava em prortuguês dos Blog .. e eu
sem saber o que estavam a dizer. Ainda pensei.... Queres ver que o Clinton
andou a fazer das dele e agora corre p'raí uma história qq sobre um blow
job?!!! Mas não...não era um problema de fonética... o peesoal dizia mesmo
blog.
E pronto assim ficou...
Por isso vejam lá... digam-me qq coisa sobre o que é isso do blog...
Depois eu participo. Gosto de ter participações esclrecidas!
Beijinhos doces para os dois criadores deste blog, em especial para o AS"

P.S. Gostei particularmente desta coisa dos beijinhos doces!

Correio dos leitores
Ena, ena, que já temos correio dos leitores. Uma leitora que nós, especialmente o David, conhecemos bem, depois de um trocadilho feliz entre blogs et blow jobs (para ajudar a dissipar essa confusão, aqui vai este link e este) declara querer ter neste blog uma participação "esclarecida". Por mim tudo bem. Não garanto é que os nossos posts sejam tão esclarecidos quanto ela desejaria.
Outro leitor, que assina "admirador inconfessado", deseja-nos felicidades. Como este leitor bem sabe, a procura da felicidade está constitucionalmente garantida (pelos menos nos US) e nós aqui no Meridianos somos muito ciosos dos nossos direitos.
Continuem a emailar para meridianos@sapo.pt

quarta-feira, novembro 19, 2003

Alzheimer v. Parkinson
E agora uma reflexão de cota. Neste combate Alzheimer v. Parkinson, prefiro a segunda. Mais vale entornar um bocado da cerveja que esquecer-se de a beber.
Estou, fala a Marta
Esta aventura do David e do telemóvel dele lembra-me um problema teológico que penso estar insuficientemente estudado e que se põe com cada vez mais premência nestes tempos de atentados suicidas. Parece com efeito que 70 virgens esperam os mártires que se destacaram combatendo pelo Islão. A minha dúvida, que aliás expus a um amigo muçulmano sem ter obtido resposta satisfatória, é a seguinte. Antes de mais, é certo que 70 virgens, assim sem mais nem menos, parecem muito, mas não esqueçamos que é para toda a Eternidade. Ora as belíssimas suratas do Corão não esclarecem se o stock de virgens é renovável, de maneira a que o mártir tenha sempre 70. É que depois da primeira vez, em princípio e salvo milagre (que é mais para os católicos) ou deficiência de legis artis, uma virgem deixa de ser virgem. Em que ficamos então? É que isto de ser mártir tem os seus custos e não seria correcto que o crente, depois de cumprido o seu dever terreno, chegasse ao paraíso para verificar ter sido afinal vítima de publicidade enganosa.

Hoje (ontem) comprei um telemóvel novo. Perdi o velho que apesar de velho apenas tinha 18 meses... Viver sem ele hoje não parece ser possível. Somos insultados porque durante 24 horas não atendemos o telemóvel. Somos quase que despedidos por não darmos importância às mensagens (decerto importantes) que nos deixam. E, para acabar, depois de gastos alguns (demasiados) euros, chegamos a casa e ligamos para o serviço ao cliente para reclamar os créditos de chamadas que em letras grandes vinham anunciados na caixa do dito. Chegamos depois à conclusão que não é bem assim. Tem que ser ou noutro cartão ou depois do primeiro carregamento. E respondemos que não pode ser pois não é isso que está escrito na caixa. E contra atacam do outro lado (um sorriso Marta de um call center qualquer) perguntando se lemos as letras pequeninas! E respondemos com a fúria a transformarmo-nos: isso é publicidade enganosa. E rematam do outro lado (com o sorriso Marta que percebemos pela voz doce de telenovela): que não, que é marketing! E assim vamos cantando e rindo. Enganados, enganados sim. O problema não é o telemóvel e o roubo que nos fazem. Mas que a Marta do outro lado nos diga as coisas com voz doce e que esteja convencida que está a trabalhar para o bem universal... até à próxima redução de pessoal! Oh Marta vai apanhar sol!

terça-feira, novembro 18, 2003

Desert gig
Acho que já li isto em qualquer lado, mas nunca será de mais repetir, sobretudo agora que o refém português foi libertado (30 horas de cativeiro? Porra, que até nos raptos somos pequeninos! O Terry Anderson, esse sim, foi um refém com R grande!) e a nossa jornalista está livre de perigo. GNR no Iraque? Até posso concordar. Mas Pólo Norte e João Pedro Pais no Iraque, isso sim, Senhor Primeiro-ministro, seria uma medida a aplaudir.

(Uns) Meridianos é um blog mantido, entre Lisboa e Estrasburgo, por AC e AS, que gosta de assinar David. Elogios, insultos e que mais lhes aprouver podem ser enviados para meridianos@sapo.pt . Não temos lista de links aqui ao lado porque somos demasiado preguiçosos para a fazer. Porém, tentaremos responder aos mails, se tivermos leitores com suficiente pachorra para nos contactarem.

segunda-feira, novembro 17, 2003

Mais olhos que barriga
O Meridianos também vai comentar, obviamente, a actualidade. Assim, leio na imprensa francesa que os habitantes de uma das Ilhas Fidji organizaram uma cerimónia de reconciliação com os descendentes de um missionário britânico comido pelos antepassados dos actuais habitantes, segundo parece, grandes apreciadores de carne humana. Isto faz-me lembrar uma história contada por um amigo meu diplomata e, segundo o próprio, “absolutamente verídica”. Celebrava-se a adesão da Papua Nova Guiné às Nações Unidas. No banquete de boas vindas, o Embaixador americano levanta-se e brinda à adesão referindo-se à evolução democrática da Papua Nova Guiné, não sem lamentar alguns problemas de canibalismo que ainda persistem, mas que, com a boa vontade de todos, serão seguramente ultrapassados. Segue-se a resposta do Embaixador da Papua Nova Guiné, que se diz imediatamente feliz pelo seu país chegar finalmente à comunidade das nações civilizadas. E concorda com o Embaixador americano, dizendo que é verdade que subsistem alguns problemas, pontuais aliás, de canibalismo, que o Governo tenta resolver. E conclui dizendo ao Embaixador americano: “Só não percebo, Excelência, porque é que no vosso país vocês matam muitos mais do que aqueles que conseguem comer!”. Não é linda, a história? A gente até deseja que seja de facto verídica.

O primeiro dia destes meridianos. Entre Lisboa e Estrasburgo.
Hoje é um dia especial por infinitas razões! Tantas quantas sonhadores (e sonhos) existirem neste mundo! E muitas outras coisas, claro! O último filme do Tarantino faz-me lembrar algumas, por exemplo! Hoje também é um dia especial porque eu e o meu amigo resolvemos estreitar (ainda mais) as distâncias e partilhar um qualquer meridiano entre Lisboa e Estrasburgo! O meu amigo (que assinará de mão própria muito em breve) decerto nos dirá mais sobre este dia (tão) especial. Por agora resta-me desejar-te, amigo de Estrasburgo (ou de Peniche?) um milhão de sentinelas pairando sobre a tua atenção para que nos ofereças comentários especiais nos teus todos os dias também eles especiais. Aos outros que por alguma especial razão ou vulgar acaso aqui chegarem, deixem-nos os vossos comentários em meridianos@sapo.pt

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